RJ: Duas pessoas mortas em ações da PM na Baixada e Capital

RJ: Duas pessoas mortas em ações da PM na Baixada e Capital

Nessa semana, a Polícia Militar, dirigida pelas Forças Armadas na pessoa do general interventor Braga Netto, fez operações na Baixada Fluminense e na capital do estado que deixaram ao menos duas pessoas mortas. No dia 5 de abril, quando ainda amanhecia, a polícia chegou à favela Parque Colonial, no bairro Parque Roseiral, em Belford Roxo (região metropolitana) invadindo casas e revistando moradores. Um homem teria sido baleado e moradores acusam policiais pelo disparo. Ele chegou a ser levado pelos PMs ao Hospital Municipal de Belford Roxo, no bairro Vila Medeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O local do crime não foi periciado e o caso foi registrado como auto de resistência.

No dia seguinte (6), milhares de moradores saiam para trabalhar nas favelas Fallet, Fogueteiro, Prazeres e Coroa (Santa Teresa, região central do Rio), quando policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque da PM chegaram nos acessos ao Complexo pela Rua Barão de Petrópolis iniciando um intenso tiroteio. Imagens de trabalhadores se atirando no chão dos ônibus e procurando abrigo pelas ruas ganharam os noticiários locais e deram uma pequena mostra do terror vivido por milhares de pessoas. Um homem foi morto e ainda não foi identificado e inúmeras violações foram relatadas por moradores pelas redes sociais.

— Helicóptero, dois caveirões [veículo blindado da polícia], muitos tiros, policiais entrando nas casas sem mandado, caveirão destruindo carros, moradores presos nas ruas sem conseguir sair para o trabalho e nem voltar para casa. Muitos tiros na Barão de Petrópolis. Mais de 20 carros da polícia — relatou um morador pelas redes sociais.

O ano de 2018 certamente será lembrado como um ano sangrento na história do Rio de Janeiro, agora submetido às baionetas e ao mando das Forças Armadas. Em janeiro, o então secretário de segurança pública, Roberto Sá – exonerado com a intervenção –, informou que uma das metas do governo seria diminuir em 20% o indicador de mortes oriundas de intervenção policial em 2018. Pura falácia. Ainda estamos em abril e o número já ultrapassa a marca de 250 mortos. Segundo dados do próprio ISP – Instituto de Segurança Pública – desde 2003 que a polícia não mata tanto no período entre janeiro e abril.

Passageiros se protegem de tiros da operação no BRT, em Praça Seca

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