RJ: Eduardo Paes e Cláudio Castro ameaçam camelôs da Uruguaiana de despejo

Na última quarta feira (28), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou através de sua conta na rede social X, antigo Twitter, uma operação policial que será realizada nas próximas semanas para reprimir os comerciantes "camelôs" que trabalham na Uruguaiana.
Camelôs do Centro do Rio têm seus comércios ameaçado pela prefeitura. Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo

RJ: Eduardo Paes e Cláudio Castro ameaçam camelôs da Uruguaiana de despejo

Na última quarta feira (28), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou através de sua conta na rede social X, antigo Twitter, uma operação policial que será realizada nas próximas semanas para reprimir os comerciantes "camelôs" que trabalham na Uruguaiana.

O correspondente local de AND esteve presente na Uruguaiana e recebeu depoimentos dos camelôs. Confira abaixo o vídeo produzido pelo Comitê de Apoio com os relatos:

Na última quarta feira (28), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou através de sua conta na rede social X, antigo Twitter, uma operação policial que será realizada nas próximas semanas para reprimir os feirantes e acabar com o comércio popular ambulante da Rua Uruguaiana, maior polo de comércio informal da capital carioca, localizado no centro da cidade. A medida, apoiada pelo também reacionário governador  Cláudio Castro foi recebida pelos feirantes e ambulantes locais com fortes sentimentos de revolta e indignação.

As justificativas apresentadas pelo prefeito para reprimir os camelos não se sustentam: a acusação de que os ambulantes venderiam celulares e outros eletrônicos roubados é contestada pelos trabalhadores, que afirmam que a grande maioria dos camelos da região que serão afetados pelo despejo nem sequer trabalham com a venda de aparelho celular mas sim com outros produtos, principalmente roupas e calçados. Já o argumento de combate a extorsão por parte da milicia se mostra ainda mais cínica e mentirosa, segundo a lógica de Eduardo Paes e Cláudio Castro a forma de “proteger” os trabalhadores da extorsão da milícia seria reprimir estes mesmos trabalhadores e impedi-los de trabalhar.

O comércio popular ambulante da Rua Uruguaiana é formado por inúmeros feirantes e ambulantes, dentre eles moradores de favela, migrantes, em especial nortistas e nordestinos, imigrantes de diferentes países latino americanos como bolivianos, peruanos, equatorianos e venezuelanos, e de algumas nacionalidades africanas, como angolanos e moçambicanos. Todo esse conjunto variado de trabalhadores não possui outra fonte de renda além de seu trabalho de venda de roupas, artesanatos calçados e outros itens, e quando estes conseguem minimamente estabilizar seu trabalho, o velho Estado não poupa em enviar o seu aparato de repressão. 

Passado um mês da proibição da tradicional Feira de Acari, Eduardo Paes voltou a mostrar seu caráter antipovo ao reprimir os ambulantes do Rio de Janeiro, anunciando que utilizará novamente a Guarda Municipal (GM) e a Polícia Militar (PM) para tentar expulsa os camelôs da Uruguaiana. Ao que tudo indica, a operação do velho Estado será nos mesmos moldes da repressão em Acari no último 28 de janeiro: colocando um grande aparato policial para intimidar os trabalhadores e apreendendo as mercadorias de todos aqueles que pretenderem trabalhar e levar o sustento para suas casas. 

Não é a primeira vez que a prefeitura do Rio de Janeiro, em especial sob o governo de Eduardo Paes, em conluio com o governo estadual, direciona o aparato policial contra os feirantes da Uruguaiana, na verdade essa é uma prática recorrente do velho Estado no RJ. Ao longo do ano de 2023, em especial entre os meses de maio e setembro,  inúmeras operações policiais foram empreendidas contra os feirantes da região do Centro do Rio de Janeiro, todas respondidas contundentemente pelos trabalhadores, apoiados por entregadores de aplicativos com barricadas e ações combativas contra o aparato repressivo do velho Estado. Durante os protestos, a PM e a GM chegaram a lançar cápsulas de gás lacrimogêneo com a validade raspada contra os trabalhadores, indicando que poderiam estar fora da validade, tornando-as ainda mais venenosas e potencialmente letais. Mesmo assim os ambulantes lutaram e defenderam seu direito de trabalhar dignamente. 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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