RJ: Em cenário de quedas consecutivas na verba pública, presídio pega fogo em Benfica

RJ: Em cenário de quedas consecutivas na verba pública, presídio pega fogo em Benfica

Um incêndio atingiu o presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quarta-feira (29). 

As chamas teriam começado por volta das 10h30. Os bombeiros dizem que receberam o primeiro chamado às 10h50 e chegaram ao local às 11h. O fogo atingiu duas celas e foi controlado por volta de 11h30.

De acordo com o subsecretário de Tratamento da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), o médico José Perrota, quatro agentes e cinco presos inalaram fumaça. Os detentos receberam atendimento no pátio da unidade e os agentes foram levados para o Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio

O presídio é a porta de entrada do sistema penitenciário do Rio. Todos os presos passam pela unidade e são distribuídos. Permanecem no local os detidos para audiência de custódia e enquadrados no não pagamento de pensão alimentícia. De acordo com o subsecretário de Gestão Operacional, Moisés Marques, o local atingido pelas chamas estava desativado.

Em meio ao caos do sistema carcerário brasileiro, palco de sucessivos massacres como o ocorrido 26 e 27 de maio de 2019 em Manaus e de violações generalizadas de direitos básicos, verifica-se que os recursos federais destinados e aplicados no setor têm decaído. 

Levantamento obtido pelo monopólio da imprensa Globo aponta que dos R$ 15,1 bilhões previstos pelo Fundo Penitenciário Nacional de 2001 a 2018, apenas R$ 7,4 bilhões foram efetivamente pagos, ou seja, usados. Isso representa 49,4% da verba, segundo a série histórica elaborada pela associação Contas Abertas em valores corrigidos pela inflação. 

No ano de 2019, a dotação prevista era de R$ 353,4 milhões, mas somente R$ 52,5 milhões foram pagos. O fundo é gerido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e tem como objetivo auxiliar os estados na construção e reforma de presídios, compra de equipamentos e implantação de programas na área penal.

O presídio já abrigou políticos e empresários endinheirados da capital fluminense, como o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro Jorge Picciani, e mais recentemente o ex-doleiro Dario Messer.

Cadeia Pública de Benfica, onde políticos e empresários estiveram presos, pegou fogo no dia 29 de janeiro. Foto: Banco de Dados AND  

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