Estudantes protestam em meio a debate entre candidatos a reitor da UFF, em Niterói. Foto: Banco de Dados AND
No dia 13 deste junho houve o último debate entre as três chapas de reitoria da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. O debate ocorreu no centro político da universidade, o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) e foi marcado por críticas e denúncias das massas estudantis que não veem em nenhuma chapa a segurança de seus direitos garantidos, denunciaram a falta de bolsas e auxílios na universidade que, em consequência do alto custo de vida na cidade de Niterói e da falta do passe-livre estudantil, produz uma crescente evasão da universidade, que é uma das universidades públicas com maior número de estudantes no país.
Os estudantes fizeram diversos cartazes e colaram uma faixa atrás dos candidatos, exigindo as bolsas não pagas. A moradia estudantil, que deveria garantir a permanência dos estudantes mais pobres da universidade, mal tem estrutura para garantir as poucas vagas ofertadas, além das frequentes denúncias dos estudantes que durante a pandemia receberam comida estragada, isso quando receberam.
Estudantes protestam em meio a debate entre candidatos a reitor da UFF, em Niterói. Foto: Banco de Dados AND
Pouco antes do debate começar, um estudante denunciou uma funcionária da Pró-reitoria de assuntos estudantis, que disse que estudante nenhum defenderia que fosse dado mais bolsas se o dinheiro saísse do bolso dos estudantes. Tal afirmação ocorreu logo depois deste estudante, assim como outros 1,6 mil, ter sua bolsa indeferida, depois de um atraso de meses esperando resposta sobre o processo do recebimento das bolsas.
Se, por um lado, as denúncias dos estudantes mais antigos na universidade eram mais enfáticas, já que conviveram durante as últimas duas gestões, a aposta das chapas era nos estudantes mais novos, além dos terceirizados e docentes que ainda hoje têm peso maior no voto que os estudantes. Os candidatos da chapa 2, que fazem campanha em torno da insatisfação geral dos estudantes, de forma oportunista tenta se apresentar como “única chapa socialista” (sic), chegando a defender, inclusive, a ocupação da universidade pelos estudantes na luta por seus direitos. Tal fraseologia, porém, não engana muito a massa estudantil.
Estudantes protestam em meio a debate entre candidatos a reitor da UFF, em Niterói. Foto: Banco de Dados AND
Estudantes protestam em meio a debate entre candidatos a reitor da UFF, em Niterói. Foto: Banco de Dados AND
A atual gestão do Antônio Cláudio se mostrou inimiga dos estudantes durante toda pandemia, implementando todas as diretrizes reacionárias do Ministério da Educação (MEC) goela abaixo dos estudantes. Já a gestão do antigo reitor, Roberto Salles, atual candidato da chapa 3, que teve como vice o próprio Antônio Cláudio, denunciou o boicote ao Enade feito pelos estudantes, chamou a Polícia Federal para reprimir estudantes que lutavam justamente pelo direito de greve, prática recorrente entre os gestores da universidade que chamaram a polícia para fazer escolta da fascista agora escanteada Sara Winter e do ex-governador do Rio de Janeiro, o assassino e terrorista Wilson Witzel.
Somente o co-governo estudantil pode garantir o direito dos estudantes
Denúncias não faltam vindas dos estudantes, principalmente os mais pobres, que se expressam no boicote dos discentes nas eleições de reitoria, e sabem bem os estudantes que essas promessas de defender ocupação, ampliar bolsas e garantir a permanência dos estudantes são apenas para campanha eleitoral, apoiada amplamente pelo oportunismo que independentemente das divergências que dizem ter entre eles, ocupam o Diretório Central dos Estudantes (DCE). No fim das contas, servem – os oportunistas – de porta-vozes da reitoria e do MEC. Somente o co-governo estudantil e ampla participação dos estudantes independentes podem garantir através da luta combativa o direito dos estudantes mais pobres dentro da universidade; somente luta com greve de ocupação sem quartel contra todo oportunismo e pacifismo pode garantir a permanência, a gestão e o ingresso dos estudantes mais pobres nas universidades públicas.
Estudantes protestam em meio a debate entre candidatos a reitor da UFF, em Niterói. Foto: Banco de Dados AND