Paulo Guedes, ministro da economia do governo militar de Bolsonaro e Generais, anunciou o possível leilão de 2.236 imóveis para o dia 27 de agosto, entre eles o Palácio Gustavo Capanema (também conhecido como MEC ou Palácio Cultura), localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro. Em entrevista à Lauro Jardim, jornalista do monopólio de imprensa O Globo, Guedes tergiversa dizendo que “Não é só uma questão de dinheiro”, mas de garantir sua “conservação” ao pôr nas mãos do mercado financeiro.
O Palácio Gustavo Capanema é uma importante obra arquitetônica do modernismo brasileiro, construída em 1935 por projeto de Lúcio Costa com Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy e outros. Além disso, tem fachada revestida de azulejos e paineis de Cândido Portinari e jardins suspensos de Burle Marx. Por seu caráter de relevância histórica como patrimônio nacional, várias entidades, arquitetos e urbanistas se manifestaram contra a venda, que acontece em meio à flexibilização da venda de imóveis da União, sob amparo da Lei 14.011 do ano passado.
Em nota de repúdio da Academia Brasileira de Letras (ABL), lê-se que é “impensável que se possa tratar este símbolo do Brasil, moderno e amante das artes, como um simples prédio administrativo a ser vendido para gerar caixa para o Governo Federal”. Ainda que a nota reconheça que o Governo Federal possa intervir para deformar a lei que protegeria o prédio de 16 andares da venda, afirma que este não pode ser vendido por ser tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e mais nove associações, sindicatos e sociedades de arquitetura e urbanismo publicaram manifesto questionando “Quanto vale um prédio concebido, projetado e construído para ser um símbolo da cultura nacional?”. Haverá, no dia 20/08, uma manifestação em frente ao Palácio intitulada “Trincheira Capanema”, organizada pelo grupo Ocupa MinC RJ.