No dia 12 de setembro, mais de 100 estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) realizaram uma combativa manifestação contra o não pagamento das bolsas e auxílios, que estão atrasados. O grave calote contra os estudantes é movido pelo governo estadual de Cláudio Castro e conta com passividade da Reitoria. Como resultado, milhares de estudantes não conseguem sequer ir até à universidade para assistir às aulas. Outros relatam estar com contas atrasadas.
Durante o protesto, os estudantes da Uerj também rechaçaram a postura do Diretório Central dos Estudantes (DCE), ligado a movimentos estudantis imobilistas (PT/PCdoB), diante deste cenário.
A manifestação começou às 18h com uma concentração massiva, durante a qual foi realizada uma agitação que denunciou como os atrasos afetam a vida dos alunos mais necessitados, muitos dos quais estão sem poder ir às aulas devido à falta do pagamento. Outras denúncias trataram da falta de Restaurantes Universitários (RUs) em todos os campi e o absurdo valor de R$ 14,50 que os alunos que recebem auxílio-alimentação devem pagar no RU do campus Maracanã.
Durante as intervenções os alunos expuseram a hipocrisia do governo do estado, que gasta milhões de reais em operações policiais e chacinas nas favelas enquanto atrasa o repasse de verbas para as universidades. Foram denunciados também os escândalos de corrupção e desvios de verba envolvendo a reitoria, que chegam a mais de R$ 650 milhões desviados da universidade. O oportunismo eleitoreiro que hoje está à frente do DCE da Uerj foi amplamente rechaçado pelos discentes, que vaiaram o representante da entidade e os denunciaram como capachos da reitoria. O rechaço foi tal que os oportunistas tiveram que se retirar do espaço.
Após a concentração os estudantes se deslocaram de forma combativa para a reitoria exclamando palavras de ordem como Ocupa reitoria! e Queremos respeito, permanência é um direito!
As reitoras interinas, temendo a revolta dos estudantes, deixaram a universidade minutos antes, deixando o local apenas a segurança da universidade que de forma ostensiva fez um cordão de isolamento entre os estudantes e a reitoria. Os seguranças ainda fotografaram os alunos e ameaçaram que “se quiserem ocupar vai ter porrada”. Contudo, a truculência não foi capaz de intimidar os manifestantes, que seguiram a manifestação de forma combativa. Em seguida foi realizada uma assembleia às portas da reitoria onde foi decidido o trancamento da Av. São Francisco Xavier e foi marcada outra assembleia para o dia seguinte, dia 13/09.
Os manifestantes então seguiram até a Av. São Francisco Xavier, uma das principais vias da região, e realizaram um combativo trancamento da avenida. Policiais tentaram dispersar a manifestação utilizando spray de pimenta, mas foram rechaçados pelas massas que devolveram com palavras de ordem contra a Polícia Militar (PM).
Manifestações como essa apresentam a necessidade de impulsionar a luta combativa dos estudantes, demarcando linha com os setores do oportunismo que buscam desmobilizar e apaziguar as justas reivindicações estudantis.