Nesta segunda-feira, 29 de julho, estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), protestaram contra a restrição de bolsas e auxílios, como o auxílio alimentação, a milhares de alunos da instituição. A manifestação foi organizada a partir de uma ocupação da reitoria feita pelos estudantes três dias antes contra a mesma medida, oficializada pelo Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) n° 0038 e apelidado pelos estudantes de Aeda da Fome.
A manifestação, que ocorreu no dia após uma plenária híbrida que contou com a participação de quase mil estudantes e apoiadores, foi iniciada por volta das 18h. Cerca de 300 estudantes, servidores da universidade e apoiadores se concentraram no estacionamento da UERJ, próximo à Av. Francisco Xavier, e marcharam em direção ao portal 5 da universidade.
No novo ponto, eles fizeram diferentes falas e um dos estudantes deu a notícia de que o campus da Faculdade de Formação de Professores (FFP), da Uerj, em São Gonçalo, também foi ocupado pelos estudantes. A reação foi de animação geral.
A Polícia Militar (PM), que já havia sido acionada no dia da ocupação e chegou a acompanhar o reitor em uma reunião com os alunos, voltou a reprimir a luta. Um aluno negro foi agarrado pelos policiais armados, que justificaram a ação falando que o haviam confundindo com um assediador. O estudante foi libertado pelos outros manifestantes.
Por volta das 20h os manifestantes fecharam quase que por completo um dos sentidos da Avenida Francisco Xavier e caminharam até o portão número 1 da universidade. No trajeto, eles gritaram frases como: Nas ruas, nas praças! Quem disse que sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil!. A reitora Gunar Azevedo também foi alvo das palavras de ordem
A manifestação retornou à Uerj pelo portão 1 e, de forma planejada, finalizou com um grande encontro dos manifestantes com centenas de outros alunos presentes no Encontro Nacional dos Estudantes de Economia. Os presentes no congresso apoiaram de imediato a manifestação e a ocupação e leram uma nota em solidariedade aos estudantes da Uerj.
Reitoria mente e tenta isolar ocupação
A manifestação desta segunda-feira e a plenária de domingo mostram, pela grande quantidade de alunos que conseguiram mobilizar, mesmo em período de férias, que a causa dos estudantes contra o AEDA 0038 conta com o apoio massivo da comunidade universitária. A justeza dessa luta também vem se demonstrando no apoio que a ocupação vem recebendo de diversas entidades, como sindicatos, DCEs e Centros Acadêmicos.
Até agora, a reitoria se negou a atender as exigências e tentou criminalizar os estudantes ao acusá-los de “depredação do patrimônio público”. A reitora chegou a falar, para veículos do monopólio de imprensa, que os estudantes não querem negociar e que faltaram à uma mesa de negociações. Tudo foi desmentido pelos alunos, que afirmaram ao jornal A Nova Democracia que não foram convidados para nenhuma mesa.