Estudantes e professores realizam evento na UFF para debater e denunciar a BNCC e a BNC Formação. Foto: Banco de Dados AND
Estudantes do curso de história da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, organizaram de maneira independente um evento que reuniu dezenas de estudantes de diferentes cursos, no dia 29/06. Os estudantes levantaram a discussão sobre a BNC Formação e a Nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e como esses ataques travestidos de reformas atingem de forma contundente o ensino público nas escolas e universidades.
O evento contou com a presença do professor e diretor da Faculdade de Educação da UFF, Fernando Penna, e da professora do Departamento de História, Renata Vereza. Em uma postura abertamente democrática, veemente contra o processo de mercantilização da educação pública em curso, os professores expuseram o verdadeiro caráter de classe dessas “reformas” – imposta por empresários e banqueiros – que esvaziam os currículos de ciências humanas e aniquilam os empregos dos profissionais da educação.
Como exposto pela mesa, em 2013, sai das mãos do deputado Reginaldo Lopes, do PT, o projeto de lei (PL 6840) que abriu caminho para uma reforma que não representava – e não representa – o real interesse dos estudantes. Em 2017, na esteira de outras reformas que tinham como principal objetivo retirar os poucos direitos restantes das classes populares, como é o exemplo da Reforma Trabalhista, Michel Temer aprova a Reforma do Ensino Médio por meio da Medida Provisória 746, impedindo qualquer forma de deliberação antes da aplicação da lei. A medida dividiu o Ensino Médio em duas partes: uma referente à BNCC – tendo seu conteúdo de formação de senso crítico drasticamente enxugado – e outra referente aos “itinerários informativos” que, além de estarem longe de corresponderem à tal “liberdade de escolha” dos estudantes, anunciada pela falaciosa propaganda governamental, promove uma verdadeira supressão do conhecimento científico nas escolas com aulas de “empreendedorismo” e “projeto de vida”, que tem como maior finalidade precarizar a mão de obra de quem deseja se inserir no mercado de trabalho, cada dia mais cruel. Essas políticas nefastas se estendem ao ensino superior com a BNC Formação de professores, transformando os cursos de licenciaturas em meros aplicadores da BNCC.
O evento, contudo, não contou com nenhum tom de pessimismo. Os professores, frente aos estudantes que escutavam indignados, fizeram questão de defender as ocupações e as greves de professores que tomaram força nos anos de 2016 e 2017 como respostas assertivas ao atual cenário. Esse foi o tom que tomou a discussão quando o microfone foi passado para os estudantes. Um representante do Coletivo UFF Para O Povo defendeu a necessidade da luta independente entre os estudantes, sem se curvar ao imobilismo de organizações oportunistas. Outra estudante, representando o Movimento Feminino Popular (MFP) e o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), colocou como apenas uma luta radical, combativa e classista é capaz de mudar a situação, e bradou a palavra de ordem: Greve geral de ocupação!
Em uma universidade onde os estudantes cada vez mais perdem seu direito de entrar e permanecer devido à falta de assistência estudantil, a organização independente dos estudantes de história proporcionou um debate numeroso e acalorado na UFF. O evento marcou mais um passo dentre os primeiros na marcha contra a implementação da Reforma.
Estudantes e professores realizam evento na UFF para debater e denunciar a BNCC e a BNC Formação. Foto: Reprodução.
Estudantes e professores realizam evento na UFF para debater e denunciar a BNCC e a BNC Formação. Foto: Banco de Dados AND
Estudantes e professores realizam evento na UFF para debater e denunciar a BNCC e a BNC Formação. Foto: Banco de Dados AND
Estudantes e professores realizam evento na UFF para debater e denunciar a BNCC e a BNC Formação. Foto: Banco de Dados AND
Estudantes e professores realizam evento na UFF para debater e denunciar a BNCC e a BNC Formação. Foto: Banco de Dados AND