Hospital Municipal Barata Ribeiro não prover alimentação para seus funcionários desde o dia 25 de dezembro. Foto: Reprodução.
Funcionários do Hospital Municipal Barata Ribeiro, localizado no bairro Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro, denunciam não terem comida nem água na unidade desde o dia 25/12 A falta de comida para a equipe levou ao cancelamento das cirurgias que estavam marcadas para o período.
Uma funcionária afirmou que ela e seus colegas, trabalham em regime de escravidão, sem receber refeições como almoço ou café da manhã que, por norma, o hospital deveria prover. A unidade não contava nem ao menos com água.
“Cobram tanto do funcionário, mas o que podem fazer por ele não fazem, que é dar dignidade: alimentação e material para se trabalhar”, disse outro funcionário, ao portal de notícias G1.
Leitos estão sem funcionar em meio a alta no número de mortes por Covid19
No dia 6 de janeiro, o censo hospitalar divulgou que 416 leitos estavam sem funcionar devido à ausência de profissionais da área de saúde e à falta de insumos. Isso ocorre num momento de alta nos casos de Covid19 na capital fluminense. Neste dia , o estado do Rio de Janeiro registrava o maior número de mortes pela doença desde junho de 2020.
No meio de tal cenário, o hospital de campanha do RioCentro, na zona oeste, foi fechado. A unidade contava com 70 pacientes internados. Enquanto isso na cidade, 164 pessoas aguardam por uma vaga na rede hospitalar pública.
Hospitais em situação precária
O censo também apontou a situação precária na qual os hospitais do Rio se encontram, com falhas na rede elétrica, goteiras e obras inacabadas. O Hospital Municipal Pedro II teve um princípio de incêndio, no mesmo dia. A fumaça levou os técnicos de enfermagem a redistribuir os pacientes e alguns deles ficaram na mesma ala que os doentes com Covid19.
Os hospitais públicos da cidade já lidam com situação de abandono há muito tempo. Apenas em outubro de 2020, outro incêndio ocorreu, atingindo o Hospital Federal de Bonsucesso. Além das milhares de pessoas que contam com o atendimento público de saúde e as dezenas de trabalhadores da área, três pessoas morreram na tragédia anunciada.
Mesmo após uma série de irregularidades graves (tais como como equipamentos que apresentavam risco de explosão e curto-circuito) no Hospital de Bonsucesso já ter sido divulgada em 2019 pelo relatório da própria Defensoria Pública da União, nada foi feito. O que resulta que todos os problemas existentes na saúde da região (que tem ano após ano suas verbas públicas cortadas e o avanço do desmonte com o sistema das OS’s, Organizações “Sociais”, tomando a direção das unidades de saúde), na prática, impedem que o direito ao acesso à saúde seja efetivado.