Os professores fluminenses, em greve desde o dia 17 de maio, se mobilizam em ações combativas por todo o estado. No Rio de Janeiro, capital, eles ocuparam a Secretaria Estadual de Educação e bloquearam a Avenida Presidente Vargas; em Caxias e Macaé, professores municipais ocuparam as prefeituras; e em Niterói, os profissionais estaduais protestaram contra o governador reacionário Claúdio Castro (PL) na inauguração de um hospital. Eles exigem a revogação do Novo Ensino Médio reacionário e a efetivação do seu reajuste salarial, assim como denunciam que seus salários são os menores do Brasil.
Os professores também exigem o seu Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), que está sendo utilizado como chantagem pelo governo estadual. Enquanto paga um salário mínimo aos professores e valores entre R$ 200 e R$ 400 aos servidores (porteiros, merendeiras, faxineiras e outros), o governador afirma que, caso dê parte reajuste salarial aos professores (que não cobre nem o mínimo do valor necessário), o PCCR dos profissionais não será pago.
Rio de Janeiro: Professores tomam Secretaria da Educação e fecham a Av. Presidente Vargas
No dia 15/06, os profissionais da educação bloquearam completamente a Av. Presidente Vargas, principal via do centro do Rio, após uma assembleia do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) com centenas de professores que cravou a continuação da greve.
No dia anterior, os professores ocuparam a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) após um protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), os professores romperam os portões da Secretaria e avançaram com as palavras de ordem Ir ao combate sem temer, ousar lutar, ousar vencer! e O povo unido, é povo forte, não teme a luta, não teme a morte!. Em meio à tomada, os policiais apontaram armas contra os professores, agrediram com barras de ferro e deram tiros para cima, sendo confrontados com a resistência dos profissionais da educação.
Caxias e Macaé: professores ocupam prefeituras
Em 12/06, professores municipais de Caxias ocuparam a prefeitura da cidade, sob gerência do prefeito reacionário Wilson Reis (MDB). Os professores se encontram em greve por tempo indeterminado desde o dia 25 de maio contra a falta do reajuste há sete anos. Eles têm empreendido uma brava luta, protestando em toda aparição eleitoreira do prefeito na cidade, e enfrentando com ações combativas uma grande campanha de repressão e difamação promovida pela prefeitura.
No Município de Macaé, professores grevistas ocuparam o prédio da prefeitura no dia 14/06. Eles enfrentaram firmemente as ameaças da PM de bombas de efeito moral. No dia anterior, de início da greve, eles já haviam realizado uma manifestação em rechaço à decisão da 2ª Vara Cível de Macaé, concedendo liminar a favor da prefeitura, de suspensão da greve sob pena de multa diária de R$ 100 mil ao sindicato dos professores do município.
Niterói: Professores impedem show eleitoreiro de Cláudio Castro
No dia 15/05, professores e servidores da educação de Niterói protestaram contra o governador reacionário Cláudio Castro (PL) em uma inauguração de hospital na cidade. Eles exclamaram: “O estado mais rico do Brasil paga o menor salário! Safado! Caloteiro!” e “Funcionários ganhando R$ 202, governador! Isso é um absurdo!”.
Contra a precarização e a crise, lutas classistas radicalizam
A grande greve combativa dos professores realizada no estado do RJ vem de encontro a outras mobilizações extraordinárias atingidas nas greves pela revogação do NEM e pelo reajuste salarial este ano. Memorável também foi a massiva greve dos professores no Distrito Federal (DF), na qual as diversas assembleias contaram com pelo menos 10 mil profissionais.
Os professores, categoria massacrada pelas contrarreformas na educação e a crise econômica, cujos direitos a ensinar com qualidade e sobreviver com dignidade são precarizados ano após ano, deixam claro que tais condições não serão aceitas, e que se rebelar contra essa situação é justo.