Um incêndio destruiu a parte superior da Coordenação de Emergência Regional (CER), prédio anexo ao Hospital Lourenço Jorge, na zona Oeste do Rio de Janeiro, por volta das 16 horas deste sábado (3). Durante a transferência dos pacientes, três pessoas morreram.
O local é responsável pela triagem e recebimento de pacientes em situação de urgência clínica. Os casos de trauma são encaminhados para o Hospital, que é referência na região.
De acordo com informações preliminares, as chamas tiveram início na parte elétrica do segundo andar da CER, onde funcionavam o refeitório e a área de descanso para as equipes médicas. Motivo pelo qual, segundo testemunhas, foi possível retirar todos os pacientes a tempo.
“Se o fogo tivesse começado por baixo, tinha morrido todo mundo, pois não daria tempo pra gente entrar”, disse uma enfermeira ao monopólio de imprensa.
A transferência de pacientes provocou três mortes. Os idosos, segundo informações, estavam em estado grave e morreram com o desligamento dos aparelhos.
“Um caso era muito grave. Tinha poucos recursos terapêuticos. Os outros, desligaram as máquinas, e na transferência vieram a óbito”, disse, sem nenhum constrangimento, o prefeito Marcelo Crivella em entrevista à imprensa.
Na noite deste domingo, 4, a morte de mais um paciente foi confirmada. Não há informações mais claras sobre o óbito.
O incêndio ocorre em meio a uma grave crise no sistema de saúde, com salários atrasados de funcionários e uma série de greves. Funcionários atribuem à falta de manutenção e descaso da prefeitura a eventual causa do incêndio.
“Aqui está todo mundo com dois meses de salários atrasados, hospital sem manutenção. A tomografia do Lourenço Jorge ficou quebrada por mais de um ano, agora você imagina todo mundo que estava na UPA, superlotada, no hospital, que também está sem recursos? Isso é um absurdo!” denunciou uma profissional da unidade que não quis se identificar. Segundo ela, em entrevista ao G1, a prefeitura está ameaçando demitir alguns funcionários mais ativos na greve.
O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ) utilizou as redes sociais pra denunciar a iminência de outras tragédias semelhantes dado o anúncio do corte de verbas na saúde de 725 milhões de reais. “Trata-se da consequência, nua e crua do desmonte da saúde pública operado pela prefeitura do Rio de Janeiro”, declararam a respeito do incêndio.