Em nova medida de incentivo à guerra civil reacionária, o governo do estado do Rio de Janeiro irá premiar policiais civis e militares que apreenderem fuzis com R$ 5 mil. A medida foi anunciada através de decreto do governador terrorista e genocida Cláudio Castro (PL), no dia 21 de agosto, e serve para tentar legitimar com o selo de “utilidade” as operações policiais terroristas que ocorrem nas favelas do Rio de Janeiro..
O valor também será pago para os policiais que “apreenderem adolescentes em conflito com a lei que estiverem com a arma no momento da prisão”. A deliberação esdrúxula deve aumentar ainda mais os casos já recorrentes de incriminação de jovens pobres, principalmente pretos, com o chamado “kit flagrante”, que reúne materiais como armas, rádios comunicadores e drogas, para forjar prisão em flagrante.
Cinicamente, o governador ultrarreacionário Cláudio Castro afirmou: “Essa é mais uma ação estratégica para atender o plano de redução da letalidade policial por parte do Estado do Rio de Janeiro”.
Enquanto fala, quase que debochando, em “reduzir a letalidade”, a realidade é que a medida deve aumentar ainda mais o número de operações policiais nas favelas do RJ, para que se aumente assim o número de fuzis apreendidos, sem contar o número de incriminações arbitrárias e abordagens forjadas para recepção das bonificações.
A região metropolitana do Rio de Janeiro registrou nos primeiros cinco meses deste ano o maior número de operações policiais para o período dos últimos dez anos. Foram 914 ações das Polícias Civil e Polícia Militar, mais do que o dobro das 404 registradas entre janeiro e maio de 2022. Isso significa uma média mensal de 183 operações; ou, seis ações por dia.
No ano de 2022, mais de 1,3 mil pessoas foram assassinadas em ações policiais no estado do Rio de Janeiro. Desde o ano de 2020, as polícias foram responsáveis por um terço das mortes violentas na região metropolitana do estado.
A medida de premiação aponta para um aprofundamento dos massacres contra o povo trabalhador, privado de direitos, e prestes a se rebelar.