Policiais do 18º Batalhão da Polícia Militar (Jacarepaguá) e do Batalhão de Ações com Cães (BAC) fizeram uma operação na favela Bateau Mouche, na Praça Seca, zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 15 de abril (domingo). A ação – dirigida pelas Forças Armadas, na pessoa do general interventor Braga Netto – terminou com dois homens mortos e levou pânico aos moradores da região em pleno domingo.
Relatos publicados nas redes sociais dão conta de um cenário de guerra, com trabalhadores trancados em casa para protegerem-se dos tiros.
“Num dia é a milícia e no outro é a polícia. A gente não tem mais sossego. Todo fim de semana a gente fica trancado em casa para não morrer. Se você ou sua família não tomam um tiro, a polícia te pega na rua, te agride, te mata, porque para eles todo mundo aqui é bandido. A favela está vazia, porque o povo não aguenta a violência e vai embora.”, diz uma moradora em mensagem enviada por aplicativo de mensagens.
Durante a operação da polícia, militares do Exército deram cobertura aos agentes com tanques de guerra e barreiras montadas nos acessos à favela.
Segundo dados do aplicativo Fogo Cruzado, comparando dados da região, nos dois meses que antecederam a intervenção militar, a Praça Seca teve 48 tiroteios, três mortos e dez feridos. Dois meses após a intervenção, os números são de 67 tiroteios, sete mortos e quatro feridos. Os dados escancaram o incremento da repressão proporcionado pela intervenção militar no Rio.
Há três semanas, um morador flagrou com o celular o momento em que grupos paramilitares (conhecidos como milícias) subiram o Bateu Mouche a pé e a bordo de veículos roubados para tentar tomar a favela de grupos delinquentes que dominam a região.