RJ: Jovem camelô é alvejado por policial reformado

Um jovem trabalhador vendedor de balas foi alvejado com um tiro na perna por um policial reformado, na tarde do dia 17 de junho, após tentar entrar em um shopping da zona norte da capital para comprar um sorvete.
Jovem trabalhador é alvejado com tiro na perna por policial reformado. Foto: Reprodução
Jovem trabalhador é alvejado com tiro na perna por policial reformado. Foto: Reprodução
Jovem trabalhador é alvejado com tiro na perna por policial reformado. Foto: Reprodução

RJ: Jovem camelô é alvejado por policial reformado

Um jovem trabalhador vendedor de balas foi alvejado com um tiro na perna por um policial reformado, na tarde do dia 17 de junho, após tentar entrar em um shopping da zona norte da capital para comprar um sorvete.

Um jovem trabalhador vendedor de balas foi alvejado com um tiro na perna por um policial reformado, na tarde do dia 17 de junho, após tentar entrar em um shopping da zona norte da capital para comprar um sorvete. Além de ser alvejado, o jovem foi levado para a delegacia por “suspeita de furto”. 

O disparo contra o trabalhador Erick Santos, de 22 anos, foi realizado por um policial reformado após um segurança do shopping impedir Erick de comprar um sorvete dentro do estabelecimento. O policial reformado começou a gravar o jovem trabalhador, que rechaçou a tentativa de humilhação com um tapa no celular. O reacionário então sacou a arma e atirou contra a perna do jovem. Segundo relato da família de Erick, o shopping estava cheio de famílias, e o tiro poderia facilmente ter vitimado as crianças que ali passeavam.

“O menor é trabalhador, vende bala. Ele queria ir lá dentro comprar um sorvete e meteram bala nele. Covardia”, afirmou um colega do camelô em vídeo gravado.

Não obstante ser baleado, o jovem ainda foi interrogado na calçada do shopping por policiais militares do 41º BPM (Irajá) e, depois disso, levado ao hospital sob custódia, e encaminhado para a 27ª Delegacia de Polícia (DP). O celular do jovem, que havia sido roubado por seguranças, foi recuperado apenas na delegacia, sem chip.

Em depoimento na DP, o policial reformado disse que havia “reagido a uma tentativa de furto”. O ex-policial alegou que Erick tentou furtar o celular dele e do filho de um segurança do estabelecimento.

Repressão na pista e no morro

A repressão contra o jovem trabalhador Erick Santos é continuação das operações policiais, a militarização das favelas e os assassinatos policiais no Rio de Janeiro. Nas ruas da cidade, em espaços de lazer e convivência, as massas mais profundas são submetidas à mesma violência imposta nas operações policiais e ocupações militares nas favelas.

Enquanto o jovem preto e trabalhador foi baleado por um policial reformado em frente a um shopping em pleno sábado, por motivo de tentar comprar sorvete, na mesma semana, milhares de trabalhadores foram submetidos às operações policiais rotineiras nas favelas cariocas. A guerra contra o povo, deflagrada em todo o País, tem seu exemplo mais concentrado nas cidades na repressão às favelas cariocas.

Naquela semana, as favelas do Turano, Cidade de Deus, Manguinhos e o Complexo do Chapadão foram submetidas a operações diuturnamente, com o velho Estado se utilizando de helicópteros, blindados e dezenas de viaturas nos morros para incutir terror ao povo. 

Uma idosa de 63 anos foi assassinada com tiro à queima roupa no Turano, no dia 15/06, e moradores foram feridos em cada uma das operações. Trabalhadores do Complexo do Chapadão também denunciaram ao AND que estavam e estão impossibilitados de trabalhar há duas semanas devido às operações que não param nunca.

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