Allan dos Santos Gomes, jovem autista executado pela PM – Banco de Dados AND
Policiais militares a bordo de um blindado – o “caveirão” – fizeram uma operação na favela Chacrinha, na Praça Seca, e executaram três pessoas, dentre eles um jovem autista. Segundo relatos de moradores, os militares chegaram cedo disparando contra a população que estava na rua.
Os jovens mortos são Alex Mateus Pereira Barreto da Silva, 22 anos, Wallace Ferreira da Silva, 26, e o jovem Allan dos Santos Gomes, que tinha apenas 15 anos. Na delegacia, PMs disseram aos investigadores que todos eram traficantes e estavam armados.
No entanto, familiares de Allan denunciam que, além de não ter envolvimento com o tráfico, o rapaz tinha autismo – um transtorno de desenvolvimento que compromete as habilidades de comunicação e interação social. Segundo os parentes de Allan, ele saiu de casa contrariando as orientações da família e acabou sendo baleado pelos policiais.
“Meu irmão desceu o morro, por desobediência. Na televisão não estão dizendo que teve guerra na Chacrinha, mas o ‘caveirão’ subiu lá mandando tiro em todo mundo e matou meu irmão. Estão dizendo que ele era bandido. Ele não era bandido. Sem contar que meu irmão ainda era autista e tinha problemas. Era uma criança. Um bobo que chorava por tudo. Tiraram a blusa do meu irmão e colocaram uma arma na mão dele para dizer que ele era bandido.”, diz a irmão do jovem, Rayssa Santtos, em um vídeo publicado nas redes sociais.
O governo de Witzel, que durante a campanha eleitoral encorajou policiais a cometerem esse tipo de atrocidade sem que fossem investigados posteriormente, disse em nota que “confia nas autoridades que estão conduzindo a investigação e na elucidação do caso”.