Mães cobram do Prefeito Marcelo Crivella o cartão alimentação. Foto: Luciana Andrade/AND
No dia 8 de junho um grupo de mães de alunos da rede municipal de ensino se reuniu na porta da prefeitura, na Cidade Nova, centro da cidade, para exigir a liberação e a recarga do cartão alimentação. O protesto teve início às 8h da manhã, e todas estavam devidamente protegidas utilizando máscaras e álcool em gel.
O cartão alimentação, que a prefeitura havia prometido às mães, iria beneficiar todos os alunos, no período de quarentena, mais não foi bem o que aconteceu. Mães denunciaram estar havendo desvio na entrega, tanto das cestas básicas, quanto dos cartões, pois pelo fato do cartão não vir com nome de ninguém e já ser entregue com uma senha, aumenta e muito a probabilidade de desvios.
Em entrevista à AND, Dayse Gugu, uma das organizadoras da passeata das mães, contou que depois de várias cobranças só recebeu promessas. Já chegando a três meses de espera, as mães reclamam não ter recebido o benefício e quem recebeu o primeiro mês está sem receber o restante. As mães apelidaram o prefeito Marcelo Crivella de “Pinóquio”.
No protesto, ao chegarem à frente da prefeitura, as mães foram abordadas por agentes da Guarda Municipal que alertaram que o prefeito há muito tempo não aparece na prefeitura. Como a prefeitura está sem subprefeito, a única responsável, a secretária de Educação Telma Romero Suane, que estava no prédio, afirmou que não iria receber nenhuma das mãe em seu gabinete.
Revoltada com tamanho descaso por parte da assessoria do prefeito reacionário, a mãe Roberta Tibério, moradora da favela Jorge Turco, disse: “Eu venho reivindicar o direito das crianças, as crianças já não têm remédios, pois a clínica não funciona, têm crianças que dependem só dessa alimentação, só comem isso, só têm essa alimentação, que o Crivella está botando no bolso, tá entendendo? Isso é horrível, é horrível! Então a gente tem que abrir a boca, quando abre a boca as coisas funcionam”, afirmou a mãe.
Mostrando consciência, ela prossegue: “Infelizmente o próximo eleito vai fazer a mesma coisa que esse (Crivella) está fazendo. Daqui a pouco é você, Crivella, quem vai preso, fique tranquilo pois sua hora vai chegar”, desabafa.
Dayse Gugu relatou que no dia anterior à passeata, ela e mais quatro mães se reuniram com o subsecretário da prefeitura, Luiz Antônio Silva Santos, e com a secretária Telma Romero, e foi feita a promessa da liberação da cesta básica no dia 10/06 para quem não recebeu. Já o cartão, os secretários afirmaram não haver mais liberação e que as mães que não receberam deviam entrar via Ministério Público para serem reconhecidas.
Uma das manifestantes, Patrícia, moradora da comunidade Vila Canaã em São Cristóvão, disse: “Hoje eu estou aqui para reivindicar os direitos de nossos filhos, o assunto hoje aqui é o cartão alimentação que o Crivella deu para as escolas. Então a garantia que nós temos era esse cartão para alimentar nossos filhos, e a promessa que o Crivella fez é que durante a pandemia esse cartão seria recarregado. E agora, o que vamos dar para nossos filhos se alimentar? Isso eu pergunto para o Crivella. Crivella, cadê a nossa recarga, do nosso cartão? Hoje me encontro aqui em busca dessa resposta junto com as mães, da recarga destes cartões”, finalizou revoltada.
O jornal A Nova Democracia foi distribuído durante o ato. Foto: Luciana Andrade/AND
Menino posa com o cartão que garante que ele e sua família se alimentem. Foto: Luciana Andrade/AND