Patrick Granja
Na tarde do dia 18/01, três mil homens do Exército invadiram a favela do Jacarezinho e espalharam o terror, invadiram casas, agrediram pessoas e sitiaram a favela. A operação, parte da guerra civil reacionária, foi iniciada após mais um mandado de busca e apreensão coletivo, uma ordem judicial genérica que dá às forças de repressão do velho Estado carta branca para revistar qualquer casa e qualquer um dos 100 mil moradores que vivem no local.
Segundo denunciaram moradores à reportagem de AND, a operação começou com a entrada de um carro da companhia de luz elétrica Light ocupado por policiais descaracterizados, iniciando o tiroteio. Logo em seguida, tanques e veículos de guerra do Exército chegaram ao local. Segundo moradores, ao menos dois transformadores foram destruídos a tiros pelos policiais deixando grande parte da favela sem luz.
carro da light encontrado com furos de bala
— Entraram dois caveirões [veículo blindado], um pela feirinha e um pelo buraco do Lacerda. Nossa favela virou um inferno. Nós estamos sem luz de novo, porque a polícia atirou nos transformadores que a Light trocou semana passada. Só me preocupo com as pessoas que estão voltando do trabalho, torço para que todo mundo chegue bem em casa — diz uma moradora em mensagem à redação de AND.
As operações no Jacarezinho começaram no dia 12/01, depois que policiais encontraram o corpo do delegado Fábio Monteiro, da Central de Garantias Norte, próximo da favela, com ao menos 5 marcas de tiros pelo corpo. No mesmo dia, centenas de policiais civis invadiram o Jacarezinho com sua lógica de guerra, invadindo a região e submetendo todos os moradores à humilhação e ao ódio reacionário. Enquanto isso, moradores seguem no meio do fogo cruzado, sem luz e sem nenhuma perspectiva.