Foto: A Nova Democracia
Na manhã de 16 de setembro, um grupo de mães e familiares de vítimas da violência do Estado se reuniu em frente ao Tribunal de Justiça (TJ), no centro do Rio de Janeiro, em manifestação por justiça para Hanry Silva Gomes da Siqueira, assassinado em 2002, aos 16 anos, no Morro do Gambá, no Lins, zona norte do Rio de Janeiro.
Dois policiais militares chegaram a ser condenados no ano de 2008. Foram eles Marcos Alves da Silva (por fraude processual e homicídio) e Paulo Roberto Paschuini (por fraude processual). Paschuini recorreu e conseguiu um novo julgamento. Em 2012, ele foi condenado novamente, desta vez também por homicídio. Porém agora, em 2019, a decisão acabou cancelada por “quebra de incomunicabilidade entre os jurados durante o julgamento”.
O caso de Hanry Silva ficou marcado pela corajosa atuação de sua mãe, Márcia Jacintho, que durante esse tempo todo vem lutando por justiça para seu filho e para provar a inocência do rapaz, além de desmascarar a versão policial que é apresentada como os famigerados “auto de resistência”.
A luta continua
Márcia Jacintho, dezessete anos depois da brutalidade policial contra sua família, estava na manhã do dia 16/09 em frente ao TJ com o megafone na mão fazendo um caloroso discurso para as pessoas que passavam pelo local. A manifestação ocorreu nesta data, pois, na parte da tarde, ocorreu o juri do policial acusado de assassinar Hanry.
Além de Márcia, outros familiares de jovens assassinados covardemente pelos aparatos repressivos do velho Estado marcaram presença. Em todas as falas no megafone, as mães fizeram uma contendente denúncia do genocídio da juventude pobre e preta e em rechaço aos governos de Witzel e Bolsonaro, que vêm aumentando o massacre nas favelas e bairros pobres do Rio de Janeiro e do Brasil. Para justificar este genocídio, eles usam o falso pretexto de “combate ao crime e ao tráfico”.
Foto: A Nova Democracia