Na manhã do dia 19 de agosto, moradores do Complexo da Maré se revoltaram contra a realização de uma operação de despejo pela Polícia Militar. Denúncias dão conta de que os policiais destruíram um condomínio residencial inteiro.
Denunciando o caso como mais um episódio de violência policial na comunidade mascarado de “combate ao tráfico”, trabalhadores realizaram uma manifestação fechando a Avenida Brigadeiro Trompowski e montando barricadas. Como consequência, a Linha Vermelha (uma das principais vias da cidade) chegou a ficar parada.
Os moradores denunciaram que a polícia começou a entrar nas favelas Nova Holanda e Parque União às 5 horas da manhã e logo começou a operação de despejo. Os moradores da comunidade rapidamente organizaram uma manifestação levando cartazes, que exigiam o fim da violência policial, e realizando barricadas, queimando pneus e outros objetos.
A PM respondeu a manifestação com uma brutal repressão, empurrando, dando golpes de cacetete e dando tiros de bala de borracha.
Os moradores, por sua vez, não se intimidaram e entraram em confronto com a polícia, defendendo seus direitos de protestar contra a violência policial e operações arbitrárias.
Foi a 24ª operação policial no Complexo da Maré somente em 2024.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, cerca de 900 alunos de duas escolas ficaram sem aula, já a Secretaria Municipal de Educação informou que 24 unidades escolares foram afetadas pela operação policial.
A Secretaria Municipal de Educação, por sua vez, informou que a Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva suspendeu o funcionamento durante a manhã e a Clínica da Família Diniz Batista dos Santos suspendeu as visitas domiciliares.
Foram registradas também operações da PM no Morro do Urubu e no Morro do Quitungo, ambos na Zona Norte do Rio de Janeiro.
No dia seguinte, 20 de agosto, uma nova operação policial foi desatada, com novas consequências para os moradores, como dezenas de escolas fechadas, segundo a Secretaria Municipal de Educação.
Enquanto os monopólios de imprensa fazem o papel de papagaio de polícia (dizendo que os prédios foram construídos pelo “tráfico” para “lavar dinheiro”), os verdadeiros prejudicados são os moradores da Maré que segue na mira dos fuzis das tropas de repressão e os trabalhadores do RJ, que sofrem as consequências da operação em toda cidade. Enquanto isso, os polícias militares seguem com sua prática de venda de armas para os diferentes grupos delinquentes. Estes, por sua vez, também são auxiliados pelos militares ao permitir a entrada, dia após dia, de drogas vindas do estrangeiros pelas fronteiras do País.