Faixa exige normalização do fornecimento de água
Há mais de duas semanas sofrendo com o não fornecimento de bens essenciais como água potável e energia elétrica, moradores de dois bairros vizinhos localizados na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro resolveram ir para as ruas em busca de uma solução na tarde do último dia 18 de dezembro, e na manhã do dia 19 (quarta-feira).
No Jardim Maravilha, comunidade localizada no bairro de Guaratiba, os manifestantes ergueram faixas com palavras de ordem e exigiram o reabastecimento de água na região. Enquanto o sol baixava e mais pessoas se aglutinavam, pneus foram colocados em bloqueio na Estrada do Magarça e posteriormente incendiados. A Polícia Militar foi acionada junto ao Corpo de Bombeiros, que apagou o fogo; mas tiveram de assistir à população reacender as barricadas logo em seguida.
Pneus foram incendiados em protesto à situação que já dura mais de duas semanas
Mesmo com o fechamento da via, vídeos que estavam sendo publicados na internet mostravam como passageiros do transporte público e alternativo aderiram às pautas dos manifestantes e hostilizavam o prefeito da cidade, Marcelo Crivella (PRB), responsável pela Fundação Instituto das Águas do Município do Rio de Janeiro (Rio-Águas) e o ex-governador Fernando Pezão (PMDB), responsável, até a data de sua prisão, pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Estado do Rio de Janeiro (Cedae).
Segundo os moradores, as tarifas mensais chegam às suas casas como se o abastecimento estivesse normalizado, com todas as taxas de manutenção, tratamento etc.; no entanto, de acordo com os mesmos, diversos vazamentos e alagamentos são reportados para as companhias que nada fazem para solucionar o problema. Em alguns casos, as contas de água ultrapassam, inexplicavelmente, os R$ 600. Eles relatam que o mesmo também acontece com o fornecimento de energia elétrica, onde a empresa privada responsável pela distribuição de energia (Light) não realiza a manutenção dos equipamentos no local e, por consequência de tal omissão, faz com que os moradores fiquem frequentemente sem energia, não respondendo aos chamados de urgência.
Moradores exibem contas de água e comprovantes de pagamento
É válido ressaltar que a Zona Oeste da capital fluminense passa pelas semanas mais quentes do ano, tendo batido o recorde de temperatura anual nas datas dos protestos: em bairros como Santa Cruz e Bangu, respectivamente, a temperatura chegou a 40,6ºC e a sensação térmica a 52ºC.