RJ: Moradores de Maricá se revoltam após assassinato de criança pela PM

Uma criança de 10 anos foi assassinada pela Polícia Militar (PM), no dia 12 de julho, durante uma operação na cidade de Maricá.
Moradores se revoltam após assassinato de criança de 10 anos pela PM. Fotos: Péricles Cutrim (Sup. dir.); Gabriel de Paiva/ Agência o Globo (Inf. dir,).
Moradores se revoltam após assassinato de criança de 10 anos pela PM. Fotos: Péricles Cutrim (Sup. dir.); Gabriel de Paiva/ Agência o Globo (Inf. dir,).
Moradores se revoltam após assassinato de criança de 10 anos pela PM. Fotos: Péricles Cutrim (Sup. dir.); Gabriel de Paiva/ Agência o Globo (Inf. dir,).

RJ: Moradores de Maricá se revoltam após assassinato de criança pela PM

Uma criança de 10 anos foi assassinada pela Polícia Militar (PM), no dia 12 de julho, durante uma operação na cidade de Maricá.

Uma criança de 10 anos foi assassinada pela Polícia Militar (PM) no dia 12 de julho durante uma operação na cidade de Maricá, na Região Metropolitana do Rio. O menino, Djalma de Azevedo Clemente, foi assassinado ao lado de sua mãe, a caminho da escola. Moradores do conjunto habitacional “Minha casa, minha vida”, revoltados, atiraram pedras contra viaturas da PM e atearam fogo em barricadas.

Adjailma de Azevedo, mãe de Djalma, relata como ocorreu o assassinato: “Eu arrumei meu filho para ir pro colégio. Quando eu estava vindo pra cá, pro ponto de ônibus do vermelhinho, a polícia veio dali atirando com tanta força que eu estava segurando ele e do nada senti que ele caiu no chão. E eu falei: ‘Perdi meu filho, perdi meu filho’”, disse em vídeo divulgado. Ela ainda denuncia que os policiais acusaram seu filho, de dez anos e uniformizado, de ser traficante.

Djalma de Azevedo tinha Transtorno do Espectro Autista (TEA), frequentava o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do bairro de Inoã, e estudava na Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro. 

O protesto de dezenas de moradores foi reprimido por pelo menos nove viaturas da PM, e duas mulheres foram feridas pela polícia, uma delas com uma bomba de gás. Apesar disso, os moradores não recuaram, como mostram vídeos em que os manifestantes gritam contra os policiais: “Assassinos!”.

Maior número de operações em 10 anos

No estado do Rio, a violência policial se torna cada vez mais insuportável para o povo: a região metropolitana do Rio de Janeiro registrou nos primeiros cinco meses do ano o maior número de operações policiais para o período dos últimos dez anos. Foram 914 ações das Polícias Civil e Militar, mais do que o dobro das 404 registradas entre janeiro e maio de 2022. Cerca de 1.327 pessoas foram mortas no estado pela polícia do RJ no ano passado.

Isso significa uma média mensal de 183 operações; ou, seis ações por dia. São também as maiores médias da última década. A alta coincide com o início do segundo mandato do governador reacionário e genocida Cláudio Castro (PL). O levantamento foi feito pelo Núcleo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF).

Além disso, o número de mortos por “balas perdidas” na Grande Rio aumentou 190% no primeiro semestre deste ano, segundo o instituto Fogo Cruzado. Foram 29 assassinatos no semestre, em comparação com 10 mortos registrados no ano passado, a esmagadora maioria durante operações policiais. 

Enquanto isso, o governo federal envia novas viaturas, armas, drones e sistemas de monitoramento para impulsionar a matança de pobres no estado.

Leia também: Ministro de Luiz Inácio incrementa aparato repressivo no Rio de Janeiro

Velho Estado brasileiro promove genocídio contra o povo

O aumento sempiterno da repressão policial não ocorre apenas no estado do Rio, mas sim é um fenômeno nacional. Estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Amapá, Sergipe, entre outros, têm visto um aumento gigantesco em assassinatos policiais. O que é tratado de forma superficial como “política de segurança pública” ou “combate à criminalidade”, e que seriam levados a cabo pelas secretarias e polícias de cada estado de forma isolada, é, na verdade, uma ilusão. Trata-se da matança generalizada de pobres no Brasil, que aumenta em proporção direta à crise econômica e política no país, visando controle, cerco, e genocídio generalizado contra as massas mais profundas do país, e portanto as mais revoltadas.

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