Moradores fecham Estrada do Itararé contra chacinas policiais na favela. Foto: AND
Um mês após a chacina que ceifou a vida de 18 moradores no Complexo do Alemão, mais de centena de trabalhadores, estudantes e movimentos democráticos foram às ruas da comunidade, no dia 22 de agosto, em um firme grito de protesto. Com uma faixa onde se lia Parem com as chacinas nas favelas do Rio e de todo o Brasil!, os moradores e democratas partiram da Grota, percorreram a Estrada do Itararé e pronunciaram intervenções públicas, nas quais denunciaram os crimes contínuos das polícias do velho Estado reacionário. Os trabalhadores que passavam pela manifestação paravam para escutar o que os manifestantes tinham para dizer e muitos demonstraram o seu apoio.
Confira o vídeo publicado pelo Núcleo Audiovisual de AND sobre a manifestação ocorrida no dia 22 de agosto no Complexo do Alemão:
O protesto, organizado pelos próprios moradores e apoiado por forças e movimentos democráticos e de defesa dos direitos do povo, marcou a data de um mês da Chacina do Alemão quando, no dia 21/07, uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) deixou ao menos 18 mortos na favela, dentre eles, a trabalhadora Letícia Marinho, de 50 anos, covardemente executada por um policial ao sair de carro da rua onde morou, na própria Grota.
Os moradores e democratas genuínos denunciaram o massacre executado pelo Bope e Core de Cláudio Castro e condenaram contundentemente a guerra reacionária contra os moradores das favelas, periferias e no campo do Brasil, em suas intervenções, faixas e palavras de ordem.
Concentração do ato ocorreu na Grota, Complexo do Alemão, onde as falas dos manifestantes denunciaram o terrorismo de Estado contra o povo pobre. Foto: AND
Denúncias lembraram as vítimas de outras chacinas no Rio de Janeiro, como a Chacina do Jacarézinho e o Massacre na Vila Cruzeiro. Foto: AND
Intervenções de mães que perderam filhos em operações policiais denunciaram chacinas perpetradas nas favelas do Rio. Foto: AND
Outras chacinas recentes no Rio de Janeiro, como a Chacina do Jacarezinho de maio de 2021, e o Massacre na Vila da Penha de maio de 2022, foram denunciados na passeata. Algumas mães que perderam os seus filhos para a política genocida dos sucessivos governos de turno em operações estiveram presentes e deram o seu relato do que é o terrorismo de Estado que atingiu as suas famílias. Faixas com fotografias e os nomes das vítimas dessas chacinas foram erguidas pelas Mães de Manguinhos e Mães do Jacarezinho.
Na Estrada do Itararé, os manifestantes bloquearam uma faixa da via e entoaram palavras de ordem, como Chega de chacina, polícia assassina!, Fora das favelas, polícia assassina!, Governador, tome cuidado! O morador tá revoltado!, Ei Solange, eu luto por você, pelo fim da PM e pelo fim da UPP! (em homenagem à trabalhadora Solange Mendes, assassinada na última Chacina no Alemão). Somadas aos gritos de rebelião, faixas e cartazes também foram erguidas.
Passeata percorreu a Estrada do Itararé e contou com amplo apoio dos moradores ao redor. Foto: AND
A memória da trabalhadora Solange Mendes, assassinada covardemente pela polícia no Massacre do Alemão, foi exaltada pelos manifestantes. Foto: AND
A manifestação percorreu o trajeto da Grota até a entrada da Estrada do Itararé, passando pelo Colégio Estadual Jornalista Tim Lopes e pela UPA do Alemão. No encerramento do ato, moradores fizeram algumas falas antes que o manifesto da Campanha contra o genocídio nas favelas do Rio e do Brasil fosse lido por uma estudante secundarista. O manifesto conta já com a assinatura de dezenas de movimentos e entidades. Centenas de outros moradores, que ainda voltavam do trabalho, mostraram amplo apoio ao ato e indicaram que outros eventos de denúncia vão ser realizados como parte da mobilização nacional contra o genocídio realizado pelos governos reacionários de Cláudio Castro, Bolsonaro e generais, através das suas forças policiais repressivas.
Manifesto assinado por dezenas de entidades democráticas e movimentos populares foi lido ao final da manifestação, na Grota. Foto: AND
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Policiais fotograram manifestantes para tentar promover intimidação. Foto: AND
Manifestação passou em frente ao Colégio Estadual Tim Lopes, angariando apoio dos estudantes. Foto: AND
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Passeata percorreu a Estrada do Itararé, Complexo do Alemão. Foto: AND
A Nova Democracia esteve presente na manifestação para realizar a cobertura do ato e distribuir o jornal para os moradores. Foto: AND
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Estudantes do Colégio Estadual Tim Lopes estiveram presentes na manifestação. Foto: AND
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