RJ: Motoristas do BRT deflagram greve por tempo indeterminado

RJ: Motoristas do BRT deflagram greve por tempo indeterminado

Ônibus ficaram parados nas garagens. Foto: Reprodução.

Motoristas de ônibus de trânsito rápido conhecidos como BRT (sigla para Bus Rapid Transit, em inglês) deflagraram uma greve por tempo indeterminado no início da madrugada do dia 25 de fevereiro, no Rio de Janeiro. Os motoristas cruzaram os braços e se recusaram a retirar os veículos das garagens. O prefeito reacionário, Eduardo Paes (PSD), tenta criminalizar o movimento.

A greve começou por volta de 3h da manhã com os motoristas se recusando a rodar com os ônibus. No início da manhã, os trabalhadores fizeram uma manifestação em frente a garagem G2 do BRT, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. Mais de 200 veículos articulados estão paralisados desde então.

Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho, segurança, reajuste nos salários e um novo contrato que garanta todos os direitos dos funcionários, incluindo férias, 40% do Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço (FGTS) em caso de demissão, auxílio desemprego, ticket alimentação, plano de saúde, pagamento de horas extras, além da contratação dos trabalhadores que estão afastados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os cerca de 480 trabalhadores em greve também são contra a demissão de 60 motoristas feita pela prefeitura. Os trabalhadores estavam afastados do trabalho e recebiam seus salários através do INSS. 

Por meio da internet, trabalhadores usuários do BRT estão declarando apoio aos motoristas em greve: “todos os governantes deveriam ser obrigados a usar o transporte público para eles poderem ter uma noção do que a população passa, porque na hora de pedir voto eles vêm pedir e agora essa vergonha do sistema do BRT pouca-vergonha”, denunciou um passageiro.

Motoristas se concentram em frente a garagem G2 do BRT, em Jacarepaguá. Foto: Reprodução.

Ademir Francisco, representante do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, junto aos motoristas, afirmou que: “não dá mais para continuar trabalhando com as condições atuais. São ônibus quebrados diariamente, falta de segurança nas plataformas e dentro dos próprios articulados, além de todas as calhas em que circulam os ônibus totalmente esburacadas”.

Contudo, Sebastião José, presidente do sindicato, afirmou que a greve aconteceu por iniciativa dos próprios motoristas e que a entidade só ficou sabendo da situação poucas horas antes do início da paralisação e pela internet.

A postura independente e legítima dos trabalhadores acontece pois estes já estão cansados das promessas e acordos feitos entre a prefeitura, as concessionárias e o sindicato. Ao longo dos anos os motoristas e passageiros se arriscam cada vez mais tendo que trafegar em veículos sucateados, superlotados e sem nenhuma segurança. Não é raro que aconteçam acidentes e roubos dentro dos veículos e nas estações.

O reacionário prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirma que a greve é ilegal, pois não foi previamente avisada. Ele também ataca os trabalhadores afirmando que se trata de uma greve orquestrada por empresários. Ao tentar criminalizar os trabalhadores rodoviários, Paes faz juz à sua fama de inimigo dos trabalhadores, como o caso das repressões aos trabalhadores ambulantes e os despejos feitos durante seu governo.

Veículos circulam na maioria das vezes com superlotação, trazendo riscos para os trabalhadores. Foto: Reprodução.

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