Três pessoas foram mortas durante uma operação de guerra da Polícia Militar (PM) na manhã do dia 23 de outubro, na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um homem morto no chão. “É morador, é morador, olha a covardia aí! O corpo do amigo no chão da rua!”, afirmaram outros moradores no vídeo.
Além dos três mortos, tachados como “suspeitos”, a PM informou, em nota oficial, que outras duas pessoas foram baleadas e deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus. Segundo informações de moradores por meio de redes sociais, as aulas em escolas da comunidade foram suspensas.
Vídeo registrou pessoa baleada durante operação da PM da CDD. Imagem: Reprodução/Redes sociais
As operações de guerra da PM, que já mataram mais de 1,3 mil pessoas até setembro deste ano, apesar de apoiarem-se na falsa justificativa de “combate ao tráfico”, na verdade não o combate. Conforme denunciamos em outras reportagens, as operações de guerra são parte da estratégia das forças policiais de fortalecer determinados grupos criminosos cariocas (em especial, os grupos paramilitares chamadas erroneamente de “milícias”), em detrimento de outros.
A Cidade de Deus, Complexo do Alemão, Complexo do Chapadão e outras regiões proletárias da cidade são alvos preferenciais das operações por serem hoje controladas por um dos grupos delinquentes que têm menos ligação com as forças policiais.
Além disso, as operações têm como função negar todos os direitos democráticos para as massas populares das favelas e impedir que elas, submetidas às piores condições de trabalho e sobrevivência, organizem-se à luta popular.