RJ: Ocorrerá hoje! Mãe organiza manifestação pela punição dos policiais assassinos de seus familiares

RJ: Ocorrerá hoje! Mãe organiza manifestação pela punição dos policiais assassinos de seus familiares

Foto principal Filho de Sonia, Samuel, à esquerda, e o seu marido, William, à direita. Foto: Reprodução

No dia 13 de dezembro, a mãe vítima de violência policial, Sonia, organiza uma manifestação às 11h em frente ao Ministério Público do Rio de Janeiro, exigindo punição para os assassinos de seu filho, Samuel, e seu marido, William. Seus familiares foram assassinados em 25 de setembro de 2021 por policiais militares do 41° Batalhão da Polícia Militar (PM), no Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio. A manifestação ocorrerá na data em que seu filho completaria 19 anos.

Seus familiares foram assassinados por militares enquanto voltavam de uma comemoração pela aprovação de Samuel para o Exército. Segundo sua mãe, o jovem de 17 anos esperava se tornar militar para mudar as coisas “de dentro para fora”, após ter visto em sua infância sua irmã de apenas cinco anos de idade ser baleada por policiais na comunidade. Eles foram alvejados cerca de cinco horas da manhã, enquanto diversos moradores saíam para trabalhar.

Desde então, Sonia luta pela punição dos criminosos assassinos, e realizou uma série de manifestações no último ano. Ela, em entrevista ao AND, relatou que o caso do assassinato de seus familiares sequer foi denunciado no Ministério Público (MP), e que após um ano ainda é considerado “inquérito policial em sigilo”. Há, ainda, a tentativa do velho Estado de arquivar o caso, alegando “falta de provas”, farsa que a mãe e esposa rechaça completamente.

Sonia afirma que há provas de sobra no caso. Entretanto, desde o assassinato, elas têm sido manipuladas, destruídas e ignoradas. Sonia denuncia que, logo após o assassinato, a cena do crime foi alterada pelos policiais. Os corpos foram recolhidos e a perícia não foi feita, alegando que o local era “de risco”. Além disso, foram implantados objetos de flagrante forjado na cena para colaborar com a estória dos policiais, e há testemunhas que foram intimidadas pessoalmente para que não depusessem, assim como vídeos e fotos apagados à força. Ademais, exames de pólvora nas mãos, solicitados pela família, que exporiam as mentiras contadas sobre seu filho e marido, de “tiroteio” contra a polícia, não foram realizados deliberadamente pelo Instituto Médico Legal (IML). E prossegue, relatando que as cápsulas das balas com que os policiais assassinaram Samuel e William foram recolhidas pelos policiais, que também obrigaram os moradores da comunidade a lavarem a cena do crime.

Não obstante os assassinatos, a polícia alegou que William, que trabalhava de carteira assinada em um supermercado, e Samuel, estudante em colégio militar, estavam portando fuzis, e por isso haviam sido assassinados. O depoimento dos policiais, entretanto, mudou dezenas de vezes desde o início do inquérito. Além disso, Sonia nos informou em entrevista que a moto que William dirigia na hora do assassinato, e que estava regularizada, fora substituída pelos policiais por uma roubada.

Sonia tem travado brava luta desde então para que o caso seja levado a júri popular e os assassinos punidos. Ela denuncia, ainda, que no percurso da luta, sua casa e de seus parentes foram invadidas por policiais e reviradas em busca de provas para serem destruídas. O velório dos seus familiares foi seguido por carros com policiais a paisana e, mais recentemente, Sonia foi atropelada por um carro que a perseguiu, chegando a subir em cima da calçada para a acertar.

Manifestação ocorrerá

Sonia convida entidades democráticas, ativistas e apoiadores da luta das mães vítimas de violência policial a comparecerem na manifestação que ocorrerá dia 13/12 no Ministério Público do Rio de Janeiro, na Av. Mal. Câmara, 370, às 11 horas, exigindo punição aos assassinos de seus familiares.

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