Um caminhão frigorífico foi saqueado por populares no dia 20 de outubro quando passava pela feira de Acari, na zona norte do Rio de Janeiro. O caminhão tinha sido roubado por delinquentes do morro da Pedreira, também na zona norte, porém a carga não despertou o interesse dos assaltantes, que abandonaram o veículo.
Os populares iniciaram a tomada das carnes quando o caminhão passou com a porta traseira aberta e as carnes expostas. Os assaltantes, ao abandonarem o veículo, ativaram o limitador de velocidade (que faz com que o veículo continue andando a 20 quilômetros por hora). A quantidade de carne tomada por cada popular é o suficiente para alimentar por semanas uma família. A Polícia Militar (PM) recuperou o veículo na comunidade Para-Pedro.
Esse tipo de ação revela a total situação de miséria e fome que o povo está sendo obrigado a viver, e que se aprofundará ainda mais com as medidas antipovo e vende-pátria que Bolsonaro e os generais estão querendo aprovar. Em Acari, a miséria e a opressão sobre a população explicam fenômenos como este.
Enquanto bairros nobres, como Gávea e Leblon, possuem uma renda média por pessoa de R$ 2.139,56 e R$ 2.441,28, em Acari a renda média por pessoa é miserável: R$ 174,12. O bairro possui a taxa de renda por pessoa mais baixa da cidade, inferior até mesmo do que a outros bairros proletários e empobrecidos, como Rocinha (R$ 219,95 por pessoa) e Mangueira (R$ 357,46 por pessoa). O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Acari é de 0,720, o terceiro mais baixo da cidade. Na Gávea e Leblon, por exemplo, o índice alcança 0,970 e 0,967, respectivamente. Os dados foram coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018.
No país, como um todo, o empobrecimento das massas também se faz presente: são 12,6 milhões de pessoas sem nenhuma atividade e mais de 24,2 milhões de pessoas que estão atrás de um emprego enquanto desempenham bicos que não suprem necessidades.
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