RJ: Pedreiro leva tiro e morre a caminho do trabalho; Moradores acusam PM

RJ: Pedreiro leva tiro e morre a caminho do trabalho; Moradores acusam PM

Um morador foi assassinado durante uma operação da Polícia Militar (PM), na comunidade da Vila Cruzeiro, no Complexo de favelas da Penha, no dia 22 de janeiro. O pedreiro Samuel Menezes da conceição, 47 anos, passava pela rua São Lucas quando foi atingido por um disparo na cabeça, Samuel também era presbítero de uma igreja em Olaria.

De acordo com amigos e familiares, Samuel era pai de quatro filhos e estava a caminho de seu segundo dia de trabalho em uma obra em uma casa na comunidade Parque Proletário. Moradores afirmam que a PM foi a autora dos disparos.

“Ali naquele local, não tem como ter sido bala de bandidos, sem chance, e sem chance de a policia ter confundido ele com bandido, eles vieram na maldade. Ali é a rua onde tem a feirinha, os bandidos não ficam naquele lugar”, afirmou um morador que não quis se identificar.

Samuel chegou a ser socorrido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas chegou morto a unidade, afirma a Secretaria de Saúde. Moradores da Vila Cruzeiro, relatam um intenso tiroteio na comunidade desde a manhã do dia 22, também foram ouvidas explosões.

Moradores denunciam invasões em suas casas e saqueamento da PM

Um morador e comerciante relatou que a PM entrou em vários imóveis, inclusive no dele.

Segundo o morador que é comerciante no local, por volta das 5h30 da manhã, os policiais arrombaram a porta do bar, que estava fechado, o local foi revirado. O homem contou que encontrou um rastro de destruição ao chegar ao comércio, uma TV quebrada, um aparelho de som arrancado da parede e uma máquina de cartão avariada.

O comerciante denuncia que ele e a mulher foram mantidos em cárcere pelo PMs, em sua casa, sob a mira de um fuzil, ele afirmou ter sido agredido.

“Eles obrigaram a minha mãe os levar até a minha casa, dizendo que eu era marginal e vagabundo. Neste meio tempo, roubaram tudo, dinheiro, mercadorias, roupas, tênis, fizeram uma arruaça. Eles me mantiveram em cárcere privado por 40 minutos, sentado no chão, me deram tapas, quebraram tudo e ainda roubaram meu cordão e meus relógios.

Eu tive um prejuízo de quase R$ 20 mil, roubaram bebidas que seriam vendidas no bar, que é conhecido e frequentado na região. Foi surreal, a Policia Militar do Rio de Janeiro me roubou”, contou o comerciante de 35 anos.

Operações deixam mortos por toda a cidade

Ainda no dia 22 de janeiro, durante as operações simultâneas do governo Witzel, duas pessoas foram assassinadas no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na zona norte do Rio, durante uma operação do 41° BPM. No Caju, também na zona norte da cidade, um homem foi baleado, por policiais do Batalhão de Operações Especias (BOPE), na comunidade São Sebastião. O homem foi internado no Hospital Federal de Bonsucesso. Em Volta Redonda, cidade no sul do estado do Rio, um homem também foi morto por PMs, dessa vez no bairro Padre Jósimo.

Samuel Menezes da Conceição, assassinado a caminho do trabalho, segundo moradores por PMs. Foto: Redes Sociais.

Bar saqueado e danificado pelos policias. Foto: Redes sociais.

Casa do proprietário do bar foi revirada pelos agentes. Foto: Redes Sociais

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