Pelo menos quatro pessoas mortas, três moradores feridos, casas destruídas e toda sorte de abusos: esse foi o saldo de uma operação do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar (PM), no dia 16 de setembro, na comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro.
A operação contou ainda com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Choque, Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do Grupamento Aero-Móvel (GAM).
Os tiros foram ouvidos desde às 5h30 da manhã por moradores, com o helicóptero da PM sobrevoando o local. O ramal do trem Belford Roxo, que passa na favela, teve sua circulação interrompida, prejudicando milhares de trabalhadores. Imagens que circulam nas redes sociais também mostram que várias casas e eletrodomésticos de moradores foram destruídos ou danificados por tiros de fuzis.
Em áudio enviado à redação de AND, um homem denunciou: “Tem uma menina baleada na saída do fundão, na pracinha! E os policiais não estão deixando chegar nela para socorrer. Os colegas dela tão tentando parar os carros, mas nenhum carro quer parar, os policiais da choque estão aqui”, disse um morador, desesperado.
“É tiroteio todo dia, sempre de manhã. Eu não consigo sair de casa para trabalhar, já perdi até emprego por causa disso. Hoje vai ser mais um dia. Pego às 9h no Leblon, são 8h15 e eu ainda estou aqui no ponto de ônibus. Só agora acalmou e eu consegui sair de casa mais tranquilo. Não há paz”, disse outro morador em entrevista ao jornal Extra.
Carros, motos e pessoas estão sendo revistados por policiais na entrada principal da comunidade.
PM dando soco em homem detido. Imagem: Reprodução/TV Globo
Homem sendo levado por policial na linha do trem. Imagem: Reprodução/TV Globo
Veículo blindado (“Caveirão”) nas ruas do Jacarezinho. Imagem: Reprodução/TV Globo
Helicóptero da PM sobrevoando a favela. Imagem: Reprodução/TV Globo.