No dia 6 de setembro, moradores do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, tiveram suas casas invadidas, muros derrubados e lojas saqueadas por policiais, além de outros abusos, durante uma operação da Polícia Militar (PM) nas regiões da Alvorada, Nova Brasília e Casinhas. A operação foi dirigida pela Coordenadoria de Polícia “Pacificadora” (CPP) e iniciou-se às 5h30, estendendo-se por toda a manhã.
Segundo a matéria do jornal O Dia, desde o começo do dia há relatos de intensos tiroteios na região, com casas com marcas de bala, caixa d’águas perfuradas por tiros, fios elétricos destruídos por disparos, vários locais sem luz e moradores sem internet. Em uma foto que circulou nas redes sociais, um morador é acuado por um policial que invadiu sua casa e sentou em seu sofá, enquanto apontava a arma para a rua.
Sobre a invasão de casas, um moradore relatou: “Polícia invade casa de morador para poder atirar”. Outro escreveu: “Eles estão jogando bomba e invadindo as casas dos moradores”.
Nas redes sociais, diversas imagens da operação estão sendo divulgadas pela população. Em um vídeo, uma moradora mostra o muro de sua casa destruído pelo “caveirão”. Em outro, um comerciante mostra sua loja saqueada pelos policiais.
Como resultado das operações, escolas foram fechadas, assim como clínicas da família e comércios da região, prejudicando ainda mais a vida do povo.
Policial se apoia no sofá de morador e aponta um fuzil para fora. Foto: Reprodução/WhatsApp
Guerra contra o povo
O governador Wilson Witzel, do Partido Social Cristão (PSC), ao comparecer em um evento no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, no dia 5 de setembro, disse que está pensando em utilizar protocolos de guerra nas favelas, declarando uma vez mais guerra às massas.
Fazendo uma analogia à Segunda Guerra Mundial, ele comparou as operações policiais com as ofensivas militares nazistas contra a Inglaterra e disse: “Vamos trabalhar um plano de segurança para reduzir os danos, para que a população saiba como se comportar em operações da polícia. Na Segunda Guerra Mundial, eles [ingleses] tocavam a sirene, ia todo mundo para debaixo da terra, para evitar os bombardeios nazistas, e a Inglaterra poder sobreviver”.
Residência com marcas de tiros. Foto: Reprodução/WhatsApp
Pichação encontrada em São Cristóvão no mesmo dia da operação: ‘Witzel assassino e terrorista!’