No último dia 19 de fevereiro, a sede da Federação de Favelas do Rio de Janeiro (Faferj) foi alvo de intimidação policial durante a realização de um debate sobre a contrarreforma da Previdência e o chamado “Pacote Moro”.
Um oficial da Polícia Militar questionou os presentes sobre o conteúdo da reunião que ocorria na sede da Federação. “Fiquei muito surpreendido [com a presença da PM] porque a Faferj faz várias reuniões contra ações do governo, gritando contra intervenção, contra várias matanças do Estado, e nunca teve polícia aqui. Estamos vivendo o tempo do chicote no negro, no pobre, no favelado”, comentou o presidente da Faferj, Rossino Diniz, ao jornal Brasil de Fato.
Em nota, a Federação ressalta que é ilegal e antidemocrática a abordagem, pelo fato de que os policiais foram ao local sem mandado judicial e angariavam obter maiores informações sobre a plenária e seus participantes.
“Nós consideramos grave a presença da PM em nossa sede durante a plenária popular. Esse ato pode ser interpretado como uma forma de intimidar os movimentos sociais participantes da plenária e demonstrar que estamos sendo monitorados e vigiados pelos órgãos de repressão do governo”, denunciou a Faferj.
O “Pacote Moro”, discutido pela entidade, visa institucionalizar e dar a abertura legal para policiais matarem em serviço, terem penas reduzidas ou mesmo saírem impunes a depender de critérios subjetivos, uma espécie de “licença para matar” contra os pobres.