RJ: Polícia leva a cabo 28 chacinas somente em 2018

RJ: Polícia leva a cabo 28 chacinas somente em 2018

Print Friendly, PDF & Email

Ao menos seis pessoas foram mortas na Cidade de Deus (CDD), zona oeste do Rio, em uma operação integrada das Unidades do comando de operações especiais (COE), do 18º BPM (Jacarepaguá) e da UPP Cidade de Deus, no dia 3 de maio. Sete pessoas foram baleadas na operação e todas foram levadas o Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, também na zona oeste, sendo que quatro já chegaram mortas à unidade e outras duas morreram momentos depois. Os dados referentes ao quantitativo de mortos na operação foram extraídos do aplicativo Fogo Cruzado.

As informações foram divulgadas dia 2 juntamente com um dado assustador sobre a letalidade das operações policiais em 2018, ano que encontra-se sob a intervenção militar e o comando das Forças Armadas. Segundo os dados – detalhados na imagem acima – o ano teve ao menos 28 operações policiais com três ou mais mortes. A Rocinha e a Cidade de Deus despontam como as favelas mais assoladas pela violência do velho Estado em sua versão mais mortífera. Na Rocinha, em duas chacinas do velho Estado esse ano, 11 pessoas foram mortas; e na Cidade de Deus, 9 pessoas foram mortas em duas chacinas.

As mais sangrentas das chacinas relacionadas pelo aplicativo Fogo Cruzado foram motivadas pelo desejo de vingança da polícia após o assassinato de um policial. Tanto no caso da Rocinha, no final de março, ocasião em que oito pessoas foram mortas; quanto no caso recente da Cidade de Deus, as operações aconteceram logo após o assassinato de um policial. No caso de ontem, o massacre na CDD foi uma retaliação ao assassinato do capitão Estefan Cruz Contreiras, que era lotado no 18º BPM, que foi uma das unidades que participou da operação do dia 3.

O crime levou o comandante do batalhão, coronel Marcos Netto, a convocar seus comandados para uma “guerra sem trégua”, mensagem de áudio divulgada amplamente nas redes sociais e pelo aplicativo Whatsapp.

— Quero pedir a todos vocês que se empenhem ao máximo, buscando quem quer que seja, em qualquer buraco, viela, casa, seja lá onde for, os assassinos do Contreiras — esbravejou.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: