RJ: Polícia Militar dispara contra trabalhador e aterroriza famílias no Jacarezinho sábado à noite

RJ: Polícia Militar dispara contra trabalhador e aterroriza famílias no Jacarezinho sábado à noite

Foto principal: Trabalhador é baleado pela PM sábado à noite na favela do Jacarezinho em momento de lazer. Foto: Reprodução

No dia 10 de dezembro, sábado à noite, a Polícia Militar (PM) do estado do Rio de Janeiro, na favela do Jacarezinho, na capital, alvejou um trabalhador ao atirar contra famílias na Rua Beira Rio. Segundo os moradores, o local, que conta com diversos comércios, estava cheio de moradores no horário da incursão dos militares reacionários. A favela do Jacarezinho se encontra atualmente ocupada diretamente pela Polícia Militar através do programa “Cidade Integrada” do governador genocida Cláudio Castro (PL), além do programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).

A PM passou em alta velocidade com o blindado (caveirão) pela rua em que se encontravam as famílias, às 22h da noite, atropelando mesas e cadeiras dos comércios. Prosseguindo com a ação de terror, os policiais atiraram contra um trabalhador que estava no local. O homem trabalha como barbeiro na comunidade e, até a publicação desta matéria, havia sido levado ao hospital por outros moradores e se encontrava em estado estável. Os policiais também jogaram bombas de gás lacrimogêneo entre as ruas da comunidade, sufocando crianças e idosos entre os becos.

A ação de terror contra as massas trabalhadoras do Jacarezinho em um sábado à noite escancara que a verdadeira intenção das ações policiais nas favelas é a de choque permanente contra as massas faveladas, no intuito de intimidá-las e evitar que se organizem e lutem pelos seus direitos pisoteados.

‘Cidade Integrada’ reprime moradores após operação policial mais letal da história da cidade

A favela do Jacarezinho foi ocupada em janeiro deste ano através do programa “cidade integrada”. Moradores denunciam que ela foi aplicada após a Chacina do Jacarezinho para que o velho Estado tivesse mais controle da comunidade, diante da revolta gerada entre os moradores. A chacina ocorreu em maio de 2021 e assassinou ao menos 29 pessoas, sendo a operação mais letal da história do Rio. Familiares das vítimas da chacina, que atualmente lutam pela punição dos assassinos e denunciam os crimes ocorridos, relatam que, após a aplicação do programa na favela, eles começaram a ser perseguidos pessoalmente e diariamente pela PM.

Como justificativa para a ocupação da favela, o governo genocida de Cláudio Castro havia prometido que o Cidade Integrada seria um programa de “melhorias em favelas do Rio”. Nenhuma das “melhorias” prometidas foi realizada. Pelo contrário: invasões a domicílios pela PM, revistas ostensivas e execuções sumárias se tornaram ainda mais comuns para os moradores da favela.

No dia 19 de novembro, data em que se completavam exatos dez meses de ocupação através do “Cidade Integrada”, a PM realizou uma megaoperação que durou três dias no Jacarezinho e em favelas vizinhas, assassinando um morador e baleando pelo menos seis pessoas, entre elas duas adolescentes.

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Entretanto, o velho Estado falha miseravelmente no seu intento de promover o terrorismo reacionário impunemente contra o povo nas favelas. No dia 25/11, após o assassinato de pelo menos oito pessoas em uma das comunidades do complexo, moradores da Maré se rebelaram heroicamente contra mais uma operação policial antipovo e cercaram caveirões, construíram barricadas em chamas entre os becos para que os policiais não prosseguissem sua carnificina e se defenderam das agressões dos policiais com pedaços de madeira e outros objetos, promovendo uma incansável resistência por mais de 12 horas durante a operação. A revolta na Maré prenuncia ações semelhantes de rebelião contra a velha ordem de exploração e opressão nas favelas cariocas.

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