No dia 5 de abril, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM), invadiram o Centro Integrado de Educação Pública Elis Regina, no Complexo do Maré, em meio a uma operação. Na escola, os policiais, em dois veículos blindados, atiraram bombas de gás contra as dezenas de moradores (adultos e adolescentes) que estavam no local.
Vídeos do ocorrido mostram as massas, que se abrigavam para se proteger da operação, sendo atacadas com bombas de gás lacrimogêneo pelo Bope, enquanto militares circulavam com fuzis pela área aberta da escola, durante a manhã. Outros mostram moradores rechaçando policiais que continuavam a dar tiros contra moradores no horário da tarde, na favela Nova Holanda.
A operação se iniciou de madrugada, às 5 da manhã. Moradores das comunidades da Nova Holanda, Sem Terra, Parque União e outras foram obrigados a acordar com a tiros e logo notaram a circulação ostensiva de caveirões.
Operação de guerra cancela celebrações de páscoa
Cerca de 16 unidades escolares foram impactadas pelas operações policiais, afetando 5.519 alunos, de acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação. Nesse dia, seriam realizadas atividades de comemoração da páscoa com as crianças da região, que tiveram de ser canceladas pela invasão dos policiais à comunidade.
Em 2022, estudantes da Maré perderam 15 dias de aulas devido às operações policiais. Cerca de 62% das operações no Complexo de favelas da Maré ocorreram próximas a escolas e creches.
Além de cercear o direito a aprender de milhares de crianças nas favelas da Maré, a operação impediu que os trabalhadores fossem aos seus locais de trabalho. Mais de 140 mil moradores vivem no Complexo da Maré e enfrentam a privação de seus direitos básicos pelas operações genocidas das forças militares reacionárias. Sobre o impacto na vida dos trabalhadores, uma moradora denunciou em sua rede social: “Precisava pegar cedo no trabalho hoje. Falar o que pro patrão? Eles não entendem.”.
Massas da Maré dizem basta às expedições punitivas
No dia 25 de novembro do ano passado, as massas da Maré se rebelaram contra mais uma operação genocida da PM no Complexo. As massas da Maré resistiram durante 12 horas de operação, encurralaram caveirões, responderam às agressões da polícia com paus e pedras e também fecharam as vias movimentadas ao redor da favela, entre elas a Avenida Brasil.
Relembre, aqui, a resistência das massas no dia 25 de novembro: