RJ: Policiais fuzilam carro de família em São Cristóvão 

No dia 25 de outubro, a polícia militar do Rio de Janeiro fuzilou o carro de uma família em São Cristóvão durante uma patrulha na região. O carro onde os três jovens estavam foi alvejado pelo menos 14 vezes. O acontecimento ocorreu no cenário de crescente militarização do Rio de Janeiro.
Foto: Guito Moreto/Agência O Globo

RJ: Policiais fuzilam carro de família em São Cristóvão 

No dia 25 de outubro, a polícia militar do Rio de Janeiro fuzilou o carro de uma família em São Cristóvão durante uma patrulha na região. O carro onde os três jovens estavam foi alvejado pelo menos 14 vezes. O acontecimento ocorreu no cenário de crescente militarização do Rio de Janeiro.

No dia 25 de outubro, a polícia militar do Rio de Janeiro fuzilou o carro de uma família em São Cristóvão durante uma patrulha na região. Dentro do veículo estavam a motorista, Nívea Ághata Fernandes, seu primo João Victor de Oliveira Andrade e a esposa dele, que está grávida, Yasmin dos Santos. Nívea Ághata Fernandes foi baleada com 4 tiros de fuzil e está em estado grave. O carro onde os três jovens estavam foi alvejado pelo menos 14 vezes. O acontecimento ocorreu no cenário de crescente militarização do Rio de Janeiro.

Em uma tentativa esdrúxula de justificar o fuzilamento, a PM alegou o de sempre: que na região havia movimentações suspeitas e que outras viaturas da área, no caso da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Barreira do Vasco, foram alvejadas por um carro “parecido”. Nenhuma arma foi encontrada dentro do carro fuzilado. 

Os militares afirmaram também encontraram itens supostamente roubados, mas a advogada da família alvejada declarou que as vítimas têm vídeos que mostram os policiais mexendo no carro antes do boletim de ocorrência, o que levanta as possibilidades de que as “evidências” tenham sido plantadas. “Há vídeos que comprovam que a polícia estava mexendo no carro sem que tivesse ninguém por perto, depois do ocorrido.”, disse. 

A advogada declarou ainda que os disparos foram feitos antes de qualquer ordem de parada. Casos como esse, de fuzilamento deliberado, são recorrentes nas patrulhas e blitz policiais do Rio de Janeiro.  Em julho deste ano, uma Natthallia Cristiny Candido Lacerda, de 23 anos, foi baleada nas costas em uma blitz no bairro da Pavuna, zona norte do Rio de Janeiro. No mês anterior, a jovem de 23 anos Anne Caroline Nascimento Silva foi assassinada após ser atingida por um tiro de fuzil disparado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro (RJ). Na ocasião, o marido de Anne também afirmou que os policiais não deram ordem de parada antes de fuzilar o carro. 

Apesar da falta de provas no mais recente caso, a jovem Yasmin será transferida para um presídio feminino até que seja realizada a audiência de custódia. Sua advogada denunciou a decisão e afirmou que “ela está em choque até agora, não entende o que aconteceu. Ela é uma menina trabalhadora, trabalha de carteira assinada”.

A mesma lógica punitiva não foi vista para os militares: inicialmente, os policiais William de Castro Valladão, André Luís da Silva Rodrigues e Bruno Batista Gama foram presos na manhã do dia 26/10 por tentativa de homicídio. No entanto, a PM logo agiu para aliviar a pena  dos militares e informou que eles serão destinados ao Programa Integrado de Capacitação Profissional (PICP).

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