No vídeo pai mostra desespero da filha ao ter sua casa invadida por PMs. Foto: Reprodução.
Um morador do morro Santa Marta, em Botafogo, zona sul do Rio, denunciou em vídeo divulgado nas redes sociais a invasão de sua residência por policiais militares (PMs). Ele afirma que teve apontando fuzis para si e que, ainda, foi destruído, com pontapés, a porta de sua casa. A invasão se deu durante operação policial na manhã do dia 11 de janeiro.
Tandy Firmino, que é repórter fotográfico, mostrou no vídeo a destruição causada pelos agentes na casa. Nas filmagens ele denuncia, também, o susto que ele e sua filha levaram ao se depararem com os policiais armados dentro de sua própria residência.
Tandy, que teve um fuzil apontado contra ele na sala da própria casa, protestou: “Minha porta [está] quebrada, quebrada aos pontapés, entendeu? Os pedaços da porta aqui… e a gente está aqui sem entender nada, minha filha desesperada, sem necessidade disso. Não tem que entrar na casa de ninguém. Não tinha nenhum tipo de mandado, não tinha nada”, disse o morador revoltado.
“A realidade do morador de favela é essa. É preto, pobre e favelado. Além do susto, isso é muito esculacho pro morador. Cê tá entendendo? A gente precisa ter direito entendeu”, disse Tandy no vídeo.
URGENTE
Na manhã desta segunda-feira (11), o repórter fotográfico Tandy Firmino, morador do Santa Marta, gravou um vídeo em que narra a invasão da sua casa por policias militares. Segundo ele, a PMERJ realizou uma operação na comunidade e entrou em diversas casas. pic.twitter.com/N3EmqlvQoH
— Voz das Comunidades (@vozdacomunidade) January 11, 2021
Prossegue violência policial em favelas do Rio
Mal se iniciou o ano de 2021 e já se registrou diversos relatos de violência policial dentro de comunidades cariocas e da região metropolitana.
No dia 5 de janeiro policiais do 12º Batalhão assassinaram dois jovens durante operação no morro Santo Cristo em Niterói. Os assassinados foram Gabriel Machado, conhecido como Zulu, de 19 anos e Jeferson de 15 anos. No momento do crime “Zulu” trabalhava cantando latinhas, o rapaz era deficiente mental. O crime causou revolta na comunidade, com isso moradores protestaram e fecharam parcialmente a Alameda São Boaventura, pista que dá acesso à Ponte Rio-Niterói.
No dia 4 de janeiro, PMs assassinaram com um tiro de fuzil, na Cidade de Deus, zona oeste Rio, o trabalhador Marcelo Guimarães, de 38 anos, quando o mesmo acabará de deixa o filho na creche e ia para o trabalho. Segundo testemunhas o tiro partiu de dentro de um carro blindado da PM acertando Marcelo pelas costas. Indignados, moradores e familiares fecharam, no mesmo dia, a Linha Amarela, importante via que liga a região ao centro da cidade.
No dia 5 de janeiro, após o enterro de Marcelo, em Inhaúma na zona norte, familiares e amigos voltaram a protestar contra a covardia cometida pelos policiais.