Uma policial militar atirou em um motorista de Van após uma discussão sobre ponto de parada. O crime aconteceu, no dia 8 de setembro, por volta da 18h40, na avenida Itaoca, em Bonsucesso, próximo ao Complexo do Alemão, na zona norte do Rio.
A PM Gabriela Dias da Cruz, lotada na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha, atirou no motorista Juadson Luz Almeida de 32 anos, após a PM pedir para descer fora do ponto e o motorista dizer que não poderia parar.
“Ela pediu para saltar fora do ponto, não especificou em qual ponto ela ia saltar. Eu não posso sair parando em qualquer lugar, da forma que ela quiser. Têm locais próprios para poder parar. Eu desembarquei do carro com ela me xingando, dizendo que eu meti a mão na arma e a ameacei. E ela atirou” disse o motorista.
Pessoas que presenciaram o fato afirmaram que ao descer do veículo a policial já estava xingando o motorista para uma briga.
“Ela estava completamente descontrolada. Ela começou a insultar, a xingar, começou uma discussão. Ela não parava de xingar e nisso, quando estava perto do trajeto, na hora dela descer, ela o chamou: ‘desce aí, desce para você ver’. Chamando ele para a mão”, disse uma uma testemunha que não quis se identificar.
O motorista foi atingido no botão da calça e depois na virilha, fato que segundo os médicos, salvou sua vida, ele foi levado ao Hospital Getúlio Vargas e depois liberado no final da noite.
Após sair do hospital o homem foi até a 21ª DP (Bonsucesso). Segundo a família Juadson chegou a delegacia ainda sangrando e com dor e a irmã do rapaz, ainda denunciou a conduta dos policiais civis da delegacia “eles pediram para o meu irmão levantar e ir até uma cadeira. Eu tentei ajudar. Ele deixou e depois disse: ‘Quer saber? Volta para lá. Você está sujando a delegacia toda’. E quando ele chegou perto do meu irmão falou: ‘Cuidado para ele não tomar a minha arma também’. E nisso eu via a menina que fez o disparo sendo super bem atendida lá dentro”, disse revoltada a irmã de Juadson.
A violência policial somente cresceu durante a pandemia. No estado do Rio de Janeiro entre os meses de março e junho, a Polícia Militar, assassinou cinco pessoas por dia, o maior indíce em 22 anos. Em São Paulo, entre janeiro e maio, cresceu em 23% as mortes cometidas por policiais em comparação ao mesmo período de 2019, com isso em São Paulo uma pessoa foi assassinada pela polícia a cada seis horas desde o começo da pandemia.
Motorista foi baleado por PM após discussão na zona norte do Rio. Foto: Reprodução Redes Sociais