RJ: Prefeito de Magé nomeia sete parentes para cargos no governo municipal

RJ: Prefeito de Magé nomeia sete parentes para cargos no governo municipal

Renato Cozzolino (PP). Foto: Julia Passos.

Em menos de uma semana, o prefeito de Magé, Renato Cozzolino (PP), nomeou sete de seus familiares para cargos no governo municipal. Renato é integrante da família que, há aproximadamente 40 anos, domina politicamente o município localizado na Baixada Fluminense. 

A lista dos familiares que ganharam cargos inclui a noiva do prefeito, Lara Adario Torres, que passou a dirigir a pasta de Assistência Social e Direitos Humanos; a irmã, Jamile Cozzolino, que além da vice-prefeitura faturou a Secretaria de Educação e Cultura; o tio, Samyr Hard, gratificado com a Secretaria de Infraestrutura; três primos: Vinícius Cozzolino Abrahão, que assumiu a Secretaria de Governo; Mauro Raphael Cozzolino Nascimento, agraciado com o cargo de novo secretário de Fazenda; e Fernando José Assunção Cozzolino, com a Secretaria de Trabalho, Emprego e Geração de Renda. Até mesmo o cunhado, Felipe Menezes de Souza, angariou o cargo de secretário de Esporte, Turismo, Lazer e Terceira Idade!

O que se desvela por trás da prática de nepotismo descarada do senhor prefeito é o caráter semifeudal do nosso país que se manifesta até mesmo nos centros urbanos supostamente “desenvolvidos”, como o Rio de Janeiro. Em matéria publicada na edição 237 de AND, A república burocrática e a urgência da Revolução Democrática, já se denunciava o latifúndio como sendo a base responsável pela reprodução das relações econômicas semifeudais e que consequentemente, exerce um domínio político de classe. 

Conforme apontado na matéria, “tal dominação é o controle político-militar direto, despótico e caciquista, tipicamente semifeudal, garantido e manifesto pelas tropas de pistoleiros particulares cada vez mais profissionalizadas e militarizadas e pelo correspondente clientelismo político. É a evolução do coronelismo como fenômeno político-social subjacente nunca superado em essência”. 

A partir disso, “os latifundiários obtêm, em cada eleição, a garantia de que o resultado nas urnas seja a eleição daqueles politiqueiros diretamente indicados para os aparelhos das prefeituras, câmaras de vereadores, até o governo federal, Senado, Câmara dos Deputados e mesmo nas altas cúpulas do judiciário. Sendo a base da reprodução do sistema político, tal conteúdo sobrepassa o campo e se reproduz nas cidades, através dos grupos paramilitares e traficantes, cujo idêntico despotismo e clientelismo sobre a massa garante-lhes sua reprodução no aparelho do velho Estado”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: