RJ: Professores e estudantes realizam ato e denunciam a política genocida dos governos federal e estadual

RJ: Professores e estudantes realizam ato e denunciam a política genocida dos governos federal e estadual

Foto: Frente Contra o Ensino Remoto/EAD na Educação Básica.
No dia 15 de outubro, dia dos professores, às 10h na Cinelândia, no centro do Rio, ocorreu mais um ato de denuncia das políticas genocidas dos governos que querem forçar a volta das aulas colocando em risco a vida de alunos, profissionais da educação e seus familiares. 
Durante o ato professores e estudantes estenderam faixas contra o Ensino à Distância (EaD), em memória as vítimas da Covid-19 e em apoio aos camponeses em luta do Acampamento Tiago dos Santos da Liga dos Camponeses Pobres (LCP).
O ato realizado em frente a Câmara Municipal do Rio de Janeiro contou com uma aula pública sobre a situação política do país. Foram distribuídos panfletos contra o EaD e edições antigas do Jornal A Nova Democracia.
O ato foi acompanhado de perto pela Polícia Militar (PM) que tentou intimidar os participantes com filmagens e abordagens, porém os democratas continuaram o ato que se encerrou por volta das 13h.
Foto: Frente Contra o Ensino Remoto/EAD na Educação Básica.

Professores e professoras, junto com estudantes e familiares tem denunciado o descaso do governo do estado do RJ com a saúde da comunidade escolar. A secretaria de educação ignora as denuncias do fracasso que tem se mostrado o “ensino” remoto e força a implementação de uma agenda que atende apenas os interesses de grandes empresários, colocando o lucro acima da vida. 
Ameaçam de reprovação estudantes e chantageiam seus familiares para que assinem termos de responsabilidade onde optam pelo ensino remoto excludente ou a volta das aulas, sem nenhuma condição sanitária. Essa é uma política genocida que já vem tendo consequências.
 
CE Tim Lopes fecha por 10 dias após trabalhadora testar positivo para covid-19
Nos dias 23, 24 e 24 a Seeduc rj (secretaria de educação do RJ) determinou que  diversas escolas convocacem estudantes e responsáveis para assinar um termo de responsabilidade, onde poderiam optar pelo “ensino” remoto excludente ou pelos riscos do ensino presencial, por conta do calendário apertado e na tentativa irresponsável de salvar o ano letivo, promoveram aglomerações. Segundo a nota do comitê de mobilização do ce jornalista Tim Lopes, “Por coincidência ou em consequência do ocorrido, a escola fechou as portas no dia 5 de outubro, por conta do teste com resultado positivo para covid-19 de uma das funcionárias. Quem se responsabiliza agora? Quem vai responder pela convocação presencial de aproximadamente 1700 alunos e alunas para assinatura de um documento sem importância alguma? Vai haver testagem em massa e rastreamento para detectar outros possíveis infectados? Este episódio mostra a impossibilidade de reabertura das escolas, além da irresponsabilidade dos envolvidos na convocação dos discentes e responsáveis.” 
E reafirmam:
“Não admitiremos nenhuma medida que atente contra a vida dos trabalhadores (as) das escolas, estudantes e seus familiares, para nós é importante não perdermos absolutamente ninguém! Não avaliamos ou tomamos decisões a partir da manutenção de cargos, cálculos eleitorais ou estatísticas frias! Nossos critérios são a saúde, a vida e a garantia do ensino público, gratuito e de qualidade!”
A frente contra o ensino remoto/EAD
No dia 28 de setembro, na frente da Seeduc,  professores, estudantes e familiares se juntaram com faixas, cartazes e gritos de ordem em seu terceiro ato onde denunciavam a farsa do ensino remoto e exigiam o cancelamento do ano letivo sem reprovações, exigiam que o fim das políticas genocidas implementadas pela Seeduc que coloca em risco a vida da comunidade escolar e de seus familiares apenas para garantir o lucro de um punhado de empresários que lucram encima das políticas de ensino remoto. Além disso a Seeduc coloca em risco todos numa tentativa desesperada de voltar às aulas presenciais, sem nem uma garantia básica de saneamento que garantam a saúde dos estudantes. 
Tudo isso vem sendo denunciado e questionado pela frente contra o ensino remoto/EAD no ensino básico e vem ganhando cada vez mais adesão de estudantes e familiares. Diversas atividades já foram promovidas pela frente, como panfletagens e colagem de cartazes nas escolas. 
Neste momento em que estamos vivendo, de profunda banalização da morte seguida de ataques cada vez mais duros contra a classe trabalhadora, há setores mais preocupados com o caminhar do processo eleitoral do que com a organização e resistência populares. Utilizam falsos argumentos para não participar de mobilizações, quando os seus candidatos e suas militâncias, as mesmas que tanto reclamam, fazem campanha em feiras, parques, praças, centros culturais, etc. Paralisam as ruas, indicam respostas limitadas às urnas. 
Para nós, da Frente, está desenhado sob os nossos narizes um caminho bifurcado: OU O POVO ORGANIZA SUAS TRINCHEIRAS DE RESISTÊNCIA REAIS, PARA ALÉM DO MUNDO VIRTUAL, NA LUTA POR DIREITOS DEMOCRÁTICOS CONTRA O GENOCÍDIO DE TRABALHADORAS E TRABALHADORES, DO POVO PRETO, FAVELADO E CAMPONÊS; ou o simples fato de seguirmos isolados politicamente, discursando para poucos em redes sociais, nos empurrará para derrotas e desmobilizações cruciais – consequentemente para o avanço da necropolítica e da fascistização no país. NÃO HÁ OUTRA SAÍDA! LUTAR NA PRÁTICA, E NÃO SÓ POR DISCURSOS INFLAMADOS, É A MAIOR NECESSIDADE DOS NOSSOS TEMPOS! MOBILIZAR CADA VEZ MAIS E MELHOR, POLITIZAR E ORGANIZAR OS NOSSOS!
Lutar contra a privatização da educação, contra a perda de nossos direitos. Contra o Ensino Remoto e Híbrido nas escolas públicas, contra o retorno das aulas presenciais sem que haja qualquer segurança sanitária assegurada pelo poder público, pelo Cancelamento do Ano Letivo e do ENEM. Tudo isto está na ordem do dia para nós que somos educadoras e educadores comprometidos com as nossas comunidades escolares. Nos enxergar para além da nossa categoria, mas enquanto parte da classe que a tudo produz nesse mundo e por isso tudo merece. 
Ousar lutar, ousar vencer!
A frente convoca a todos a se juntarem nessa luta pela educação de qualidade! 
Solidariedade as vítimas do Covid-19! 
Pelo cancelamento do ano letivo! Sem reprovação! E pelo cancelamento do Enem! 
Contra qualquer ameaça de cancelamento de matrícula de nossos estudantes!
Pela garantia a assistência alimentar através da entrega de cestas básicas para todos os estudantes!
Retornar as aulas apenas com segurança sanitária dentro e fora das escolas!

Dia 15 de outubro: dia do/a professor/a. Que o nosso luto se transforme em luta real e derrube vorazmente cada ilusão!
Garantir toda a proteção necessária contra o vírus, mas seguir em combate!
Se você possui comorbidades, nos apoie  de casa! Ajude a divulgar a luta e a mobilizar companheiras e companheiros!
                                                 Frente Contra o Ensino Remoto/EAD na Educação Básica.
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