Milhares de profissionais da educação do município do Rio de Janeiro deflagraram greve no dia de ontem (25) em uma assembleia realizada na quadra do GRES São Clemente. Em seguida, marcharam até a prefeitura, fechando três das quatro vias da Avenida Presidente Vargas, onde enfrentaram a repressão do Batalhão de Choque.
Às 10 horas da manhã a quadra da escola de samba já estava completamente lotada de profissionais da educação. Em um anúncio feito pela direção do Sindicado Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE-RJ), havia mais de 2 mil presentes.
O motivo da greve é o chamado “pacote de maldades” promovida pelo PLC 186/2024, na qual fragmenta uma série de direitos como às férias, eleva a carga horária sem qualquer reajuste salarial, e diminui o 13° salário. Para os professores, a PLC 186/24 também pretende elevar o tempo das aulas e diminuir o tempo de preparação das disciplinas. Para a categoria isso diminui a qualidade do ensino e precariza ainda mais a educação pública. A medida será votada na Câmara Municipal nesta terça-feira (26/11), com a promessa de manifestação por parte da categoria.
Segundo o professor Emanoel Borges Candal, da 3ª CRE, essa foi a maior assembleia da educação municipal desde 2013. Em entrevista para o correspondente de AND, Emanoel explicou que o “pacote de maldades” é um “ataque do prefeito Eduardo Paes em conjunto com o seu secretário de educação Renan Ferreirinha, que é pupilo de um dos homens mais ricos do Brasil, o Jorge Paulo Leman que quer privatizar a educação e quer lucrar com o adoecimento dos professores”.
Por unanimidade, a assembleia votou pela greve ecoando gritos de “Educação da rua, prefeito a culpa é sua!”. Rapidamente, os professores se organizaram e marcharam até a prefeitura da cidade e iniciaram uma combativa manifestação. Mesmo com as tentativas da PM de cercear ao máximo a manifestação, os professores ocuparam 3 das 4 vias da Avenida Presidente Vargas.
Os trabalhadores da educação não se intimidaram com a chegada do Batalhão de Choque. A todo momento a PM exibiu seu aparato repressivo, sem sucesso.
Então, a PM atacou os professores com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio, chegando a empurrar uma professora que estava com sua filha no colo. Imediatamente os professores se colocaram em frente a PM, demonstrando a certeza de que sua luta é justa. Na ocasião, um professor foi detido e enviado à 6ª D.P.
Em solidariedade ao professor preso, a manifestação se dirigiu até a delegacia, onde se mantiveram até a libertação do profissional, que aconteceu às 15 horas.