Cerca de 500 pessoas tomaram as ruas do centro do Rio em uma vigorosa manifestação contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e a ‘reforma’ da previdência, no dia 19 de fevereiro. A data foi marcada por cortes de rodovias, mobilizações e protestos em todo país, no campo e na cidade. Foram registrados mobilizações em ao menos 20 estados.
No Rio de Janeiro, o protesto teve início na Igreja Nossa Senhora da Candelária, com concentração marcada para as 16 horas, e percorreu a Avenida Rio Branco em direção à Cinelândia.
Um vigoroso bloco vermelho independente, composto por movimentos populares e revolucionários exibia grande faixa que trazia a palavra de ordem: Fora intervenção militar! Rebelar-se é justo!
Marcaram presença na manifestação o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), o Movimento Feminino Popular (MFP), a Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR), o Movimento Classista dos Trabalhadores em educação (Moclate), Movimento Classista em Defesa da Saúde do Povo (MCDSP), Movimento de Moradores e Usuários em Defesa do Iaserj/SUS, dentre outros.
Apesar do forte cerco policial, os manifestantes não se intimidaram, entoando por todo o trajeto, a plenos pulmões, palavras de ordem contra a farsa eleitoral e a Intervenção Militar no Rio, como Intervenção não! Organizar o povo para fazer Revolução! e O povo prepara sua rebelião! Se abre um novo tempo para a Revolução!.
Essa foi a primeira manifestação ocorrida desde que as Forças Armadas tomaram o mando centralizado dos aparatos de repressão estaduais.
Foto: Rodrigo Duarte Baptista/AND
Provocações
Um enorme aparato de repressão foi montado para conter um protesto simples. Uma fileira de policiais acompanhou todo o ato, enquanto um micro-ônibus da PM acompanhou todo o trajeto por trás da marcha. Segundo um ativista no local que optou por não se identificar, “isso é uma amostra do que teremos com essa intervenção”.
Quando estavam próximos ao Theatro Municipal, algumas pessoas passaram a ser revistadas e antes da chegada dos manifestantes nas escadarias da Câmara Municipal, um cerco policial foi montado, impedindo que a massa acessasse o local, palco histórico de lutas e reivindicações carioca.
Após a chegada da manifestação na Praça Floriano (Cinelândia), e com o impedimento de ocupar as escadarias, novas revistas na ala do bloco independente, perpetradas por policiais encapuzados e alguns sem identificação, ocorreram. Não houve detenções ou confrontos.
Foto: Rodrigo Duarte Baptista/AND