No dia 30 de outubro, mães e familiares de vítimas de violência policial protestaram em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A manifestação aconteceu com faixas que denunciavam o genocídio da população pobre na cidade.
No dia seria realizado mais um julgamento do caso de Jhonatan Dalber Mattos Alves, de 16 anos, adolescente executado por policiais militares.
Porém as testemunhas de acusação não apareceram e a audiência foi adiada.
Entenda o caso de Jonathan
Jonathan foi executado com um tiro na cabeça por policiais militares na comunidade onde morava, morro do Borel, em 2016.
A PM disse a imprensa que o fato aconteceu durante confronto com bandidos. Porém, moradores da área desmentiram e familiares informaram que o adolescente havia saído apenas para buscar saquinhos de pipoca no momento em que foi alvejado.
À época, o AND esteve com os familiares, que denunciaram a ação criminosa de policiais e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
“Se a gente não lutar, outras vidas de outros jovens vão ser interrompidas. Por trás daquelas fardas está uma porção de assassinos. Não tem educação para parar a gente na rua e pedir um documento. Já chega colocando arma na cara da gente. Como a gente não tem dinheiro, como nós somos pobres, então para eles nós somos todos vagabundos. É tapa na cara, é chute, ‘vai embora para casa, agora!’. Você encontra policiais da UPP bêbados, drogados, batendo e agredindo moradores.”, denuncia o avô de Jonathan, o aposentado Antônio Alves.
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‘Abaixo os assassinatos do Estado contra a juventude pobre’, protestaram os familiares. Foto – Ellan Lustosa/AND.