Ônibus forma incendiados por manifestantes revoltados com o brutal assassinado. Foto: Reginaldo Pimenta
Na manhã do dia 5 de abril, dois ônibus foram incendiados durante protestos contra o falecimento do jovem Cauã da Silva dos Santos, de 17 anos, baleado pela Polícia Militar (PM) na noite do dia 04/04, na comunidade Dourado, em Cordovil, Zona Norte do Rio.
O primeiro ato ocorreu nas proximidades da Rua Bulhões Marcial, no mesmo bairro onde Cauã foi assassinado. Os manifestantes atearam fogo em três ônibus e pelo menos dois deles ficaram totalmente destruídos.
Mais tarde, em novo protesto, a Estrada de Quitungo foi fechada. A PM foi acionada para o local e tentou reprimir a justa revolta do povo com spray de pimenta e disparos de bala de borracha. Os manifestantes, sem se deixar intimidar, responderam com pedradas.
O jovem morreu após ser atingido no peito por um projétil de fuzil e ter seu corpo lançado em um valão por policiais militares. A vítima estava saindo de um evento do projeto social Centro Esportivo Resgate (CER), promovido pela Associação de Moradores.
Moradores relataram que a PM chegou ao local atirando e que não havia confronto no momento do crime. “Nós estávamos indo para casa quando os caras já vieram atirando em geral. Nós gritamos no beco: é morador! É morador! Eles largando tiro. Um morador parou no nosso lado e chamou para casa dele. Quando nós vimos, eles, os ‘cana’ largaram um tiro no peito dele e jogaram ele dentro do riacho. Sangue-frio. Nós gritando que é morador. Gritando, todo mundo gritando”, afirmou uma testemunha em entrevista ao monopólio de imprensa G1.
Em vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver a população retirando Cauã do valão. Ele foi encaminhado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu.
O jovem Cauã era lutador de Jiu-JItsu. O rapaz se tornou mais um adolescente morador de favela a ter sua vida ceifada injustamente por militares a serviço do velho Estado. Foto: Reprodução.