RJ: Ambulantes atiram pedras contra agentes e destroem três viaturas

Ambulantes revoltados contra a campanha de criminalização de sua profissão promovida pela Guarda Municipal (GM) do Rio de Janeiro responderam às covardias cometidas diariamente e atiraram pedras contra os agentes.
Trabalhadores informais se rebelam contra Guarda Municipal do Rio. Foto: Reprodução

RJ: Ambulantes atiram pedras contra agentes e destroem três viaturas

Ambulantes revoltados contra a campanha de criminalização de sua profissão promovida pela Guarda Municipal (GM) do Rio de Janeiro responderam às covardias cometidas diariamente e atiraram pedras contra os agentes.

Ambulantes revoltados contra a campanha de criminalização de sua profissão promovida pela Guarda Municipal (GM) do Rio de Janeiro responderam às covardias cometidas diariamente e atiraram pedras contra os agentes, atingindo um deles, e destruindo pelo menos três viaturas, na noite de 6 de março, no bairro de Copacabana.

Um agente foi encaminhado ao Hospital Miguel Couto, na Gávea. De acordo com a Secretaria de Ordem Pública (Seop), o “Setor de Inteligência” já tinha identificado que “alguns ambulantes planejavam os ataques contra os agentes da Guarda Municipal e da Seop”. 

A revolta dos trabalhadores contra o prefeito Eduardo Paes (PSD) não é recente, uma vez que são diários os abusos contra os ambulantes. No dia 18 de janeiro, camelôs de toda a cidade do Rio de Janeiro realizaram um grande protesto no bairro de Copacabana contra as frequentes agressões e roubos de mercadorias por policiais da GM. Repudiando a repressão policial, eles fecharam uma via movimentada do bairro turístico.

Na ocasião, Maria do Carmo, organizadora do Movimento Unido dos Camelôs (Muca) e do movimento Trabalhadores Sem Direitos afirmou à Agência Brasil: “A gente tem recebido vídeos dos camelôs apanhando da Guarda Municipal, perdendo a mercadoria, estouro de depósito, levando toda a mercadoria. A gente está perdendo mercadoria direto, não está conseguindo pegar de volta nossa mercadoria no depósito”.

Antes disso, no dia 30 de dezembro do ano passado, a trabalhadora Silvani Fernandes da Silva havia sido espancada pela GM em Copacabana após ter resistido à tentativa dos policiais de recolher  seu carrinho com suas mercadorias. A camelô, reagindo à violência dos policiais, não se intimidou e quebrou uma garrafa nas costas de um dos guardas.

Como retaliação à revolta dos ambulantes, no dia 07/03, um dia após o confronto com os agentes, a prefeitura do Rio interditou, pela segunda vez, um depósito dos trabalhadores em Copacabana. Na operação, os agentes reacionários fizeram a retenção de um total de três caminhões com diversas estruturas como carrinhos, triciclos, além de dezenas de mercadorias. 

Esses são materiais indispensáveis para que os ambulantes possam trabalhar diariamente na área turística de Copacabana e demais bairros da zona sul do Rio. Como denunciado pela organizadora do Muca, uma vez retidos os materiais, raramente os trabalhadores conseguem pegá-los de volta, causando inimaginável prejuízo financeiro e comprometendo seu ganha-pão.

Informais do RJ foram os mais afestados durante pandemia

Uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) Social de 2020 revelou que, naquele ano, o Rio de Janeiro era o estado com maior índice de informalidade do país. No estado naquele ano, aumentou em cerca de 7% a informalidade, uma média de três vezes maior que no resto do país. Já no ano seguinte, em 2021, uma pesquisa da mesma instituição mostrou que os trabalhadores informais do Rio de Janeiro foram os mais afetados pela pandemia.

Enquanto criminaliza e envia a GM para espancar os trabalhadores que recorrem à informalidade devido ao desemprego agonizante no Rio, a prefeitura de Eduardo Paes (que é pela terceira vez prefeito do Rio de Janeiro) gastou quase R$ 35 milhões na preparação das escolas de samba do grupo Especial e seus desfiles. Dinheiro este que é destinado a converter parte da cidade em um espetáculo internacional para turistas. Enquanto isto, não há nenhum esforço ou empenho para a regularização do comércio informal ou para apoiar os trabalhadores da cidade.

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