Camelô afirmou que seu protesto era contra a fome e contra a repressão a seu trabalho. Foto: Reprodução
Após ter seus produtos apreendidos pela polícia e em protesto contra a miséria, um homem invadiu a subprefeitura da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, e atirou três bombas coquetel molotov. A ação incendiou o segundo andar do prédio localizado na avenida Ayrton Senna, na manhã de 24 de julho.
Identificado como Paulo Roberto Sales Rocha, de 52 anos, o homem alertou às pessoas que trabalham no local para saírem. Após ser detido, Paulo também disse a um guarda que era um protesto, porque ele estava passando fome.
“Ele falava que estava revoltado com a prefeitura porque não podia mais trabalhar no posto 2 e estava passando fome”, afirmou o guarda que o apreendeu.
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A ação de Paulo justifica-se se analisarmos os números.
Na atual crise do capitalismo burocrático o Rio de Janeiro é o estado onde o desemprego mais cresceu no país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego passou de 6,3%, em 2014, para 15%, no primeiro trimestre em 2019. Os dados, ainda assim, são subestimados porque não contam os “desalentados”, “subempregados” e outras categorias de pessoas sem emprego.
Hoje, o número subestimado de desempregados atinge 1,3 milhão de pessoas, e cresce também o número de camelôs, sem nenhuma garantia e lançados à própria sorte.