Moradores do complexo de favelas do Chapadão, na zona norte do Rio, atearam fogo em um ônibus e em barricada de pneus como forma de exigir que a Polícia Militar (PM) encerrasse a operação de guerra que fazia na região, no dia 19 de setembro.
Os manifestantes fecharam a rua na altura da entrada da comunidade Gogó da Ema, em Guadalupe. O protesto foi uma resposta à operação da PM que levava o terror aos moradores dos bairros de Costa Barros, Pavuna, Anchieta, Guadalupe e Ricardo Albuquerque.
Em relatos e denúncias que recebemos de moradores por telefone, policiais invadiram uma casa e mantiveram três jovens (acusados de “traficantes”) em cárcere privado, um deles estava baleado.
Para impedir que os jovens fossem executados sumariamente e sem direito de defesa, os moradores foram até a frente da casa e obrigaram os policiais a saírem com os “prisioneiros”. Há relatos também que tiros foram dados próximo a uma creche, colocando a vida de várias crianças em risco.
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É comum nessas operações de guerra contra o povo, os policiais, repletos de preconceito, tomarem como “suspeitos” jovens sem absolutamente nenhuma relação com o tráfico varejista de drogas, simplesmente pelo fato de serem pretos ou pela forma como se vestem. Não são poucos os casos de jovens comprovadamente estudantes e trabalhadores executados em ocasiões similares.
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