Pequenos comerciantes atacaram a fachada das Lojas Americanas. Foto: Banco de Dados AND
Pequenos comerciantes, enfurecidos, atacaram a fachada da Lojas Americanas no dia 15 de maio, em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro. A revolta se dá porque tal monopólio tem permissão do velho Estado para funcionar enquanto os pequenos comércios são punidos e fechados.
Um dos comerciantes, durante a ação, bradou em desespero: “Eu estou passando necessidade! A minha loja tá fechada, e a Lojas Americanas aberta?!”. Chutes foram disferidos e objetos arremessados contra a porta de ferro do estabelecimento.
A rua onde fica localizada a loja foi fechada. A estrada do Portela, uma das principais vias da região, foi fechada. Os ônibus mudaram suas rotas na região. O protesto ocorreu à tarde.
A Lojas Americanas é a quarta maior loja varejista do país, cujos proprietários são os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. Eles, que estão entre os 5 mais ricos do Brasil, são donos ainda de nada mais, nada menos que a Inbev (antiga AmBev), GP Investimentos e outros grupos.
Ao todo, esses grandes burgueses têm participação bilionária em negócios que vão do grande comércio, redes privadas de saúde, sistema bancário, passando pela mineração. Com tal poder, eles exercem pressão sobre as “autoridades” e têm o direito de abrir suas grandes lojas.
Enquanto esses magnatas vivem vidas de reis, ancorados no roubo do trabalho de milhões de funcionários que produzem uma enorme riqueza e recebem salários miseráveis, os pequenos proprietários estão amargando a ruína. Antes da pandemia, em 2018, 96,5% das falências decretadas foram pequenas empresas, resultado do alto juro bancário e da concorrência desleal imposta por redes monopolista de varejo, como a Lojas Americanas. Com a pandemia e a consequente quarentena, a falência está cada vez mais ampla.