RJ: Secundaristas se rebelam contra direção escolar em Irajá

RJ: Secundaristas se rebelam contra direção escolar em Irajá

Aproximadamente 100 estudantes secundaristas do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Mario Tamborindeguy realizaram um protesto contra as atitudes antidemocráticas e burocráticas da direção escolar no interior da escola, no Rio de Janeiro, bairro de Irajá, no dia 17 de novembro.

O ato, que percorreu recepção, rampas e corredores da instituição, contou com a participação massiva dos estudantes que, revoltados, gritavam palavras de ordem expondo seu descontentamento.

Segundo um estudante da unidade que não quis se identificar, um dos motivos do ato foi que no começo do ano, durante a eleição para o Grêmio Estudantil, a direção escolar impediu que alguns alunos votassem. “O protesto é contra a direção e o grêmio também, porque o grêmio está fazendo papel de direção infringindo os direitos dos alunos”, apontou.

Atitude antidemocrática

Este processo eleitoral do Grêmio Estudantil foi marcado pela intervenção ativa da diretoria, tomando a frente das convocações e favorecendo uma chapa específica. Atitude que os estudantes tomaram como afronta e que gerou revolta entre a comunidade escolar do Ciep.

Prosseguindo com as atitudes antidemocráticas, segundo alunos e professores, a diretora tem impedido que os estudantes se organizem de forma independente, tomando atitudes que vão desde assédio moral contra estudantes até a atitude antidemocrática de arrancar cartazes e convites.

Uma estudante que preferiu não ser identificada narrou alguns momentos do ato e como os estudantes reagiram. “O que eu vi foram os estudantes muito entusiasmados, criticando e gritando, se opondo à direção desse colégio”. Ela denunciou ainda o sucateamento da escola.

Segundo ainda a mesma estudante, a diretora chegou a chamar a polícia contra os secundaristas e tentou impedir o início do protesto com a coerção. “A diretora começou a questionar quem estava realizando, tentou pegar megafone dos estudantes para quebrar”. “Uma covardia que demonstra que a direção tem medo de estudante unido. E no final quem ganhou foram os estudantes”, conclui.

Apoio dos professores

Uma professora, que não quis se identificar, relatou como costuma ser a postura da diretora diante de indivíduos mais ativos politicamente dentro da escola, contando um fato que ocorreu com uma estudante da instituição chamada Mariana: “Mariana foi privada de sair da escola, foi colocada em cárcere privado, foi humilhada, foi constrangida”, denunciou. “Isso ocorreu repetidas vezes e ela [a diretora] faz isso com os alunos, tranca os alunos e humilha em sala a partir do momento que ela é questionada”, pontuou.

Um grupo de professores escreveu uma ata onde demonstram apoio à ação dos estudantes, chamando o protesto de “justo e organizado”.

PM avança para intimidar estudantes; atrás, Grêmio Estudantil que, segundo estudantes, é cooptado pela direção

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