No dia 29 de agosto, ocorreu na zona central da cidade do Rio de Janeiro, um grande ato unificado realizado por estudantes e servidores do Estado e do Município. As centenas de manifestantes protestaram pelo atendimento imediato das reivindicações da Educação municipal e estadual.
Dentre as exigências, os manifestantes levantaram a necessidade de revogar o Ato Executivo da Decisão Administrativa 038/2024 na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), responsável pelo fim de auxílios para mais de 6 mil alunos, e defenderam a recomposição orçamentária para a universidade.
Os servidores do Município e do Estado realizaram uma greve de 24 horas para exigir de Eduardo Paes e Cláudio Castro o reajuste salarial da categoria, o fim das parcerias público-privadas que precarizam mais a educação e condenar o aumento da violência policial nas comunidades e favelas.
As operações impedem com frequência a realização das aulas e violam os direitos de ir e vir dos estudantes, moradores e professores. Os moradores do Complexo da Maré, por exemplo, denunciaram ao AND as diversas violações que sofreram nas mais de duas semanas de operações cotidianas na favela. No dia 24/8, moradores e professores da mesma favela realizaram um protesto conjunto contra a violência policial na comunidade.
Bloqueios de ruas e gritos de ordem
A manifestação começou na Cidade Nova, em frente à Secretaria Municipal da Educação (SME-RJ), localizada no mesmo prédio da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Os manifestantes exigiram, com gritos, suas reivindicações. Para barrar a Precarização, Greve Geral da Educação, Se você paga não deveria, educação não é mercadoria e De novo não tem nada, o Novo Ensino Médio na verdade é uma cilada foram algumas das frases gritadas.
Na frente do protesto, professores da Chapa 23 do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe/RJ) estamparam a consigna Abaixo o imobilismo! Por um sindicato combativo! em uma faixa.
Os professores também denunciaram a realização do G20 no Rio de Janeiro enquanto as escolas da cidade carecem de estruturas básicas. Faixas com as frases Na Capital do G20 falta climatização nas escolas e Na capital do G20 a Educação Estadual tem o 2° pior IDEB do Brasil foram amarradas em grades do Centro.
Os manifestantes foram até a Secretaria de Estado da Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ), bloqueando no caminho o trajeto da Avenida Presidente Vargas, Rua Pinto de Azevedo e Rua Ulysses Guimarães.
Na Seeduc, um pretenso dirigente contrário à radicalização da luta tentou implodir o protesto ao defender arbitrariamente que o protesto devia acabar ali em vez de seguir até a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A proposta foi rechaçada e o trajeto foi mantido.
Na Uerj, os manifestantes, encerraram a manifestação em um pátio central da universidade, com gritos que anunciavam que A nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador.
Educação precarizada e sob clima de guerra
A professora Roberta Tavares, do Complexo da Maré, denunciou ao correspondente local de AND a Prefeitura pela obrigação em ir trabalhar em meio às operações desordenadas e truculentas que têm acontecido no local sem respeitar o protocolo feito pela Cruz Vermelha e utilizado pela Secretaria Municipal da Educação, deixando em risco os educadores e os alunos que sofrem com a violência do Estado.
Já os professores Marcos Paulo e a Flávia Rodrigues denunciaram a situação salarial do Estado do Rio de Janeiro. Eles ressaltaram que o Estado tem os piores salários do Brasil e as escolas estão em péssimas condições. Para eles, o ensino ainda sofreu um novo ataque com a aplicação do Novo Ensino Médio. Ambos exigiram a revogação da medida e defenderam um sindicato mais combativo e classista, que convoque os ativistas, estudantes e professores à luta pela Educação.
Os estudantes, que ocupam a UERJ desde o dia 14 de agosto, fizeram do protesto sua terceira manifestação contra o AEDA da Fome e pela recomposição orçamentária. Eles também defenderam o aumento do orçamento para as escolas estaduais.
Defesa nacional da Educação
As manifestações no Rio se somam ao cenário de mobilização em todo o País contra a precarização da Educação. Em estados como Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, professores também têm denunciado os ataques ao setor.
O ataque à Educação ocorre por meio de várias frentes, desde as esferas municipais até a federal. Recentemente, o governo de Luiz Inácio cortou R$ 1,3 bilhões do orçamento do Ministério da Educação.