Servidores municipais fazem passeata pela avenida Presidente Vargas em protesto por salários, direitos e melhorias. Foto: Banco de Dados AND
No dia 8 de março, servidores municipais do Rio de Janeiro realizaram um grande protesto no Centro da cidade em defesa de seus direitos e contra o prefeito reacionário Eduardo Paes (PSD). Os trabalhadores exigem reajuste e recomposição salarial de 19,23%, referentes às perdas salariais desde 2019, bem como a criação de um plano de cargos e salários. Cerca de 2 mil trabalhadores estavam presentes.
Os manifestantes, dentre eles, profissionais da educação, da saúde, da limpeza urbana e da segurança pública, se concentraram na região da Cidade Nova, em frente ao prédio da prefeitura. Escondido atrás dos portões, que mandou fechar, e de fileiras de Guardas Municipais prontos a reprimir o povo, o Paes se recusou a receber os trabalhadores e impediu a entrada destes no prédio.
RJ: Servidores municipais fazem protesto no centro do Rio e resistem a repressão da PM
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Dado ao impasse, o combativo protesto decidiu fechar totalmente duas faixas da avenida Presidente Vargas. Contudo, os servidores públicos foram impedidos através de uma ação covarde e truculenta da Polícia Militar (PM) que disparou spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo nos trabalhadores, fazendo com que alguns destes passassem mal.
Manifestantes erguem grande faixa exigindo um Plano de Cargos e Salários (PCCS). Foto: Banco de Dados AND
Os servidores reagiram e enfrentaram os militares, denunciando sua covardia e gritando “Servidor não é bandido!”. Com isso, os trabalhadores conseguiram ocupar a pista, fazendo a PM ceder. Contudo, oportunistas que no carro de som, buscaram desmobilizar a luta combativa impedindo o fechamento da avenida. Em arranjo feito em conjunto com a PM para acalmar o ânimo combativo das massas presentes que estavam dispostas a marchar e fechar a via, os dirigentes oportunistas buscaram opôr o fechamento à uma passeata até a Igreja da Candelária.
Servidores municipais tomam as ruas do centro do Rio em protesto por direitos. Foto: Banco de Dados AND
Durante a passeata foram feitas diversas denúncias contra o prefeito Eduardo Paes, uma delas foi feita no momento em que os manifestantes passaram em frente a Marquês de Sapucaí, quando os trabalhadores denunciaram que o prefeito gasta com as obras para o carnaval, mas não paga seus salários e benefícios. Durante o percurso também foram proferidas palavras de ordem como: Vergonha, vergonha, prefeito sem vergonha!, Saúde e Educação, não são brinquedos não! e Eduardo ladrão, nos dê reposição! Os profissionais da área da educação denunciam também que alguns segmentos, como as professoras adjuntas da Educação Infantil estão recebendo abaixo do piso nacional. Servidores da área também denunciam que vale alimentação da categoria, criado há 10 anos, nunca teve reajuste e permanece no valor de R$246,00
Em entrevista ao AND, a assistente social, Caroline Serra, relatou:
— O que uniu todas as categorias sem dúvidas foi a luta pelo reajuste, pela recomposição salarial no meio dessa inflação absurda, no final uma pandemia. Não tivemos reajuste em 2017, 2018 e em 2019 o Crivella deu uma merreca de reajuste, que não deu pra nada, em 2020, 2021, 2022 não tivemos reajuste, o salário não dá mais pra nada, a defasagem é imensa, a gente que o que é nosso por direito, existe uma lei municipal que determina o reajuste anual obrigatório e o prefeito Eduardo Paes tem se recusado a dar.
Trabalhadores exigem a recomposição salarial. Foto: Banco de Dados AND
Já os servidores da saúde estavam indignados durante o ato. Eles denunciam que o salário da categoria é o mais baixo de todo o funcionalismo municipal. Os trabalhadores também lutam por um plano de cargos e salários.
Também em entrevista ao AND, a enfermeira Elaine Leão afirmou que:
— A principal pauta é a nossa recomposição salarial que a gente não recebe há mais de 6 anos. Fora isso, tem outras pautas que não deixam de ser importantes, que são as melhorias da qualidade do trabalho, valorização dos profissionais da educação, nós somos da educação, mas tem aqui professores, pessoal da guarda municipal. Unificou o ato em prol de que o prefeito nos valorize, conforme nos prometeu quando estava engajado na sua campanha. Agora queremos que ele cumpra o prometido.
Servidores passam em frente a Central do Brasil. Foto: Banco de Dados AND