RJ: Trabalhadores da enfermagem realizam novo protesto pelo Piso Nacional

Enfermeiros denunciaram privatização e superexploração e exigiram Piso Nacional durante protesto no RJ. Foto: Banco de Dados AND

RJ: Trabalhadores da enfermagem realizam novo protesto pelo Piso Nacional

No dia 10 de julho, profissionais da enfermagem realizaram uma nova manifestação no Rio de Janeiro pela implementação do Piso Nacional. Os trabalhadores denunciaram os diversos projetos de privatização da saúde municipal e rechaçaram a proposta do Supremo Tribunal Federal (STF) de condicionar a implementação do Piso Nacional ao aumento da carga horária, o que exigiria uma jornada semanal de 44 horas para o pagamento do valor do piso.

A manifestação foi iniciada às 10h em frente ao Instituto Nacional do Câncer (Inca) 1, na praça da Cruz Vermelha, centro do RJ e marchou até o prédio do Ministério da Saúde, na rua México, também no centro carioca. Além de exigir a implementação do piso, os profissionais denunciaram a superexploração dos trabalhadores da saúde, principalmente nas redes privadas e nos hospitais administrados por Organizações Sociais de Saúde (OSSs). Sobre a proposta do STF, os profissionais afirmaram que se trata de uma covardia e exigiram a implementação do piso com a manutenção da atual jornada de 30 horas semanais.

Enfermeiros exigem pagamento do piso em manifestação. Foto: Banco de Dados AND
Manifestação em frente ao prédio do Ministério da Saúde. Foto: Banco de Dados AND
Manifestação bloqueou importantes vias do Centro do RJ. Foto: Banco de Dados AND

“Eles [o STF] estão querendo impor [uma jornada] de 44 horas semanais. Sendo isso atrelado ao piso, fraciona. Quem não trabalha 44 horas, não alcança o piso. Só vai alcançar esse piso que nós estamos lutando há um ano, e que já foi aprovado, quem se matar de trabalhar. Isso é covardia, é covardia”, denunciou a técnica de enfermagem Kátia Braga, em entrevista ao AND. “Eles querem que a gente morra”, afirmou outra enfermeira.

Jornada de lutas

Os profissionais da enfermagem têm se mobilizado desde o início de 2023 pela implementação do piso nacional da categoria, aprovado desde agosto de 2022, mas ainda não consumado. Ao longo dos sete primeiros meses do ano, os trabalhadores da saúde sacudiram o País com greves e manifestações e denunciaram com contundência as promessas vazias e demagogias do governo federal e juízes do STF.

No RJ, os profissionais voltaram a se mobilizar no mês de junho e, no dia 29/06, uma greve de 48 horas foi decretada. A greve ocorreu após uma paralisação de 24 horas e combativo protesto no dia 23/06, quando os enfermeiros bloquearam uma pista da Avenida Brasil, principal via da cidade do Rio de Janeiro, com faixas e cartazes.

Agora, os enfermeiros seguem com a mobilização e prometem novas greves e manifestações até a implementação do piso. É uma mobilização contundente que demonstra a crescente explosividade de uma categoria que, segundo Kátia, não tinha grande histórico de mobilização. Mas a situação mudou. “O gigante acordou. O gigante não quer mais ser escravizado. Nenhum direito a menos”, concluiu Kátia Braga ao AND.

Foto enviada por enfermeiras em luta à Redação de AND, após entrevista. Foto: Banco de Dados AND
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